Fóssil de lagarto marinho de um metro e meio pode mudar árvore genealógica dos répteis
O Prosaurosphargis yingzishanensis tinha uma armadura óssea que pode redefinir ancestralidade de animais marinhos "blindados"
Cientistas descobriram uma nova espécie extinta de réptil marinho que viveu há cerca de 250 milhões de anos na região sul da China. O Prosaurosphargis yingzishanensis tinha uma armadura óssea que pode redefinir a árvore genealógica dos répteis marinhos "blindados", segundo os pesquisadores.
A pesquisa foi publicada no início de agosto no periódico Evolutionary Biology.
O P. yingzishanensis pertence à família Saurosphargidae, um grupo de répteis marinhos que possuíam osteodermos, escamas e placas ósseas encontradas alguns tipos de dinossauros e em muitos répteis atuais.
O novo animal tem algumas características similares à dos Sauropterygia, família "irmã" dos Saurosphargidae, que engloba tartarugas e os plesiossauros. Assim, os pesquisadores sugerem que ao invés de um grau de irmandade, a família dos Saurosphargidae seja na verdade um subgrupo dos Sauropterygia.
O P. yingzishanensis media aproximadamente 1,5 metro de comprimento e possuía costelas alargadas. O estudo afirma que o animal provavelmente era um dos maiores répteis marinhos de seu ecossistema.
Os autores do estudo propõem que os Saurosphargidae sejam reclassificados como um subgrupo de Sauropterygia. Além disso, acreditam que os Sauropterygia e outros grupos de répteis marinhos, como os icitiosauromorfos (que incluem icitiossauros e talatossauros), podem estar mais relacionados ao clado Archelosauria, um grupo que engloba tartarugas vivas e extintas, assim como crocodilianos e aves.
A diversidade de "armaduras" corporais em todos esses grupos, exceto as aves, também sugere que o revestimento ósseo desempenhava um papel fundamental na adaptação a habitats de águas rasas.
Além de proteger contra predadores, tais estruturas ósseas podem ter permitido que os répteis marinhos se afundassem até onde a maioria de suas presas seria encontrada.
Os pesquisadores estão otimistas de que a região onde o fóssil do P. yingzishanensis foi descoberto revelará mais espécies antigas que podem preencher as lacunas na história evolutiva desses grupos de répteis marinhos.