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Frank Miller revisita Wolverine com os traços polêmicos de sua nova fase

A capa variante de Frank Miller para Ghost Rider/Wolverine: Weapons of Vengeance Alpha de agosto mostra um estilo bem diferente do que já vimos no passado

17 mai 2023 - 20h47
(atualizado em 18/5/2023 às 11h53)
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Todo fã de quadrinhos sabe a contribuição que Frank Miller trouxe para os quadrinhos nos anos 1980, formando, ao lado de Alan Moore e Neil Gaiman, a tríade mais influente na revolução que reafirmou de vez os gibis como arte. Contudo, nos últimos anos, o autor definiu um estilo diferente, mais minimalista e, para muitos, "desleixado". Mesmo assim, a Marvel o trouxe de volta para contribuir com ilustrações de Wolverine, personagem íntimo do autor.

Miller foi o artista principal no primeiro título solo de Wolverine, ao lado do escritor Chris Claremont, em 1982. Na época, os traços do desenhista exploravam narrativa e elementos dos quadrinhos japoneses (como Lobo Solitário) com traços que mais lembravam as linhas finas dos franco-belgas. Foi um sucesso absoluto.

Ao longo da carreira, os desenhos e a narrativa de Miller evoluíram, especialmente em Ronin, Batman: O Cavaleiro das Trevas e em Demolidor. Toda página que ele tocava nos anos 1980 se tornava ouro, o que o deixou à vontade para experimentar e criar algo ainda mais pessoal.

Foto: Marvel Comics / Canaltech

Daí, já nos anos 1990, nasceu Sin City, que apresentou uma mudança significativa. Miller passou a aproveitar melhor os espaços em branco para sugerir sons, formas e movimentos. Nesse processo, ele passou a dominar ainda mais a arte-final feita com pena e pincéis. Para muitos, esse foi o auge do autor, que ainda fez 300 de Esparta nessa época, outro grande sucesso. Mas… as coisas desandaram um pouco.

Por que a arte de Miller se tornou polêmica?

Bem, em 2002, todo mundo aguardava ansiosamente pela continuação de seu clássico oitentista, Batman: O Cavaleiro das Trevas 2. Só que, a cada edição da minissérie que chegava às bancas, as páginas traziam uma mudança brusca no desenho e na arte-final de seus traços. Até mesmo as cores e a narrativa sofreram grandes alterações.

Miller optou por um desenho, digamos, minimalista, com uma arte-final mais caótica, menos detalhada e precisa. A narrativa deixou de lado as influências orientais e noir, passaram a ser mais do mesmo que já vimos por aí. Para piorar, as cores que sua esposa, a colorista Lynn Varley, aplicou, pareciam muito artificiais em meio aos traços do autor — havia um constante conflito entre as linhas e cores.

Não bastassem as críticas, Miller também cometeu Holy Terror, uma esquecível HQ que homenageia comportamentos violentos e extremistas. Ainda assim, a DC Comics apostou mais uma vez nele, que conseguiu um bom resultado com Brian Azzarello em Batman: O Cavaleiro das Trevas 3, com parte das falhas da parte dois ajustadas; mas Miller nem mesmo conseguiu entregar direito a série especial All-Star Batman and Robin.

Eis que chegamos à notícia de hoje: desde que trouxe Chris Claremont do limbo para escrever HQs dos X-Men como as que vimos ele assinar entre os anos 1970 e 1990, a Marvel vem recrutando veteranos que fizeram sucesso há algumas décadas para produzir projetos especiais. Louise Simonson, aclamada pela sua fase oitentista no comando dos Novos Mutantes, retornou para fazer uma história solo de Jean Grey.

Então, o próximo da lista da Marvel foi Frank Miller, que produziu a capa variante de Ghost Rider/Wolverine: Weapons of Vengeance Alpha, one-shot escrito por Benjamin Percy e desenhado por Geoff Shaw. A questão é que Miller também aplicou essa sua "nova fase" na ilustração de Wolverine — o que fez com que muita gente voltasse a "torcer o nariz" para seu trabalho.

Ainda não dá para saber se Miller vai tocar algum outro projeto especial com a Marvel, e nem mesmo se ele vai continuar produzindo capas para a editora.

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