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'Você tem sangue nas mãos': veja motivo da demissão da funcionária da Microsoft por protesto

Engenheira de software Ibtihal Aboussad foi demitida após a manifestação durante celebração do 50º aniversário da empresa

9 abr 2025 - 10h05
(atualizado às 11h15)
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Resumo
A engenheira Ibtihal Aboussad foi demitida pela Microsoft após protestar contra contratos com o Exército de Israel durante evento de 50 anos da empresa, realizado na sede em Redmond, EUA.
Funcionária da Microsoft foi demitida após protestar contra uso da IA da empresa pelo Exército de Israel
Funcionária da Microsoft foi demitida após protestar contra uso da IA da empresa pelo Exército de Israel
Foto: Reprodução/X

A engenheira de software Ibtihal Aboussad foi demitida pela Microsoft na segunda-feira, 7, após interromper um evento em comemoração aos 50 anos da empresa para protestar contra contratos firmados com o Exército de Israel. A manifestação ocorreu na última sexta-feira, 4, durante uma palestra do chefe de Inteligência Artificial da companhia, Mustafa Suleyman, na sede da Microsoft em Redmond, nos Estados Unidos.

Aboussad acusou a empresa de colaborar com ações militares israelenses na Faixa de Gaza. “Você tem sangue nas mãos”, disse, ao se dirigir a Suleyman. A fala foi registrada e divulgada por veículos como a Associated Press e o The Guardian.

“Vergonha de você, Mustafa. Você diz se importar em usar a IA para o bem, mas a Microsoft vende armas de IA para o Exército israelense. Cinquenta e cinco mil pessoas morreram e a Microsoft alimenta esse genocídio em nossa região, Mustafa”, disse Aboussad.

Nesse momento, o chefe de IA da Microsoft tenta acalmar a situação. “Obrigado pelo seu protesto, eu estou te ouvindo”, disse.

Durante o protesto, a engenheira citou os números de mortos em decorrência do conflito e acusou a Microsoft de fornecer tecnologia que estaria sendo utilizada em ações ofensivas. Ela também jogou um cachecol keffiyeh --símbolo de apoio ao povo palestino-- no palco.

“Você é sírio. Você sabe disso, Mustafa. Você lucra com a guerra. Vergonha de você, você lucra com a guerra”, repetiu a funcionária, que foi contida por uma segurança na sequência.

“Pare de usar a IA para o genocídio, Mustafa. Pare de usar a IA para o genocídio na nossa região. Você tem sangue nas mãos. Toda a Microsoft tem sangue nas mãos. Como vocês ousam celebrar enquanto a Microsoft está matando crianças?”, afirmou, antes de ser retirada por seguranças.

A Microsoft confirmou o desligamento e, em nota enviada após o episódio, afirmou que a empresa "oferece muitos caminhos para que todas as vozes sejam ouvidas", desde que as manifestações não interrompam suas atividades. Segundo a carta de demissão, a atitude de Aboussad foi classificada como “má conduta”, com intenção de gerar “notoriedade” e causar a “maior interrupção possível”.

Ainda segundo a empresa, a engenheira --que trabalhava no escritório de Toronto, no Canadá-- fez “acusações hostis e inapropriadas” e precisou ser escoltada para fora do evento.

Uma segunda funcionária, Vaniya Agrawal, também foi demitida após protestar durante outro momento da celebração, que contava com a presença do CEO Satya Nadella, do cofundador Bill Gates e do ex-CEO Steve Ballmer. Agrawal já havia anunciado sua saída para o próximo dia 11, mas recebeu um e-mail informando sobre a demissão imediata.

Os protestos ocorrem em meio a críticas sobre a atuação da Microsoft e da OpenAI em programas militares israelenses. Em fevereiro, uma investigação da Associated Press revelou o uso de modelos de IA dessas empresas na seleção de alvos de bombardeio em conflitos em Gaza e no Líbano.

Em nota anterior, a Microsoft disse estar comprometida com padrões éticos e afirmou que mantém canais internos para que funcionários expressem preocupações de forma segura e respeitosa.

Fonte: Redação Terra
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