Furacão Ian foi elevado à categoria 4; entenda como fenômeno é medido
Fenômeno que se aproxima da Flórida não é incomum nessa região devido à temperatura do oceano e à direção dos ventos
O furacão Ian atingiu Cuba nesta terça-feira (27), deixando uma pessoa morta devido ao desabamento de sua casa, além de ter causado um apagão elétrico no país. A caminho do estado norte-americano da Flórida, o furacão foi elevado da categoria 3 para a 4 nesta quarta (28), com ventos de até 220 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA.
A Escala Saffir-Simpson é o padrão utilizado para medir a intensidade de furacões. Ela tem cinco categorias, definidas a partir da velocidade dos ventos e dos possíveis danos que podem causar. Se a velocidade dos ventos estiver entre 63 km/h e 118 km/h, o fenômeno é considerado uma tempestade tropical. A partir dos 119 km/h, é considerado um furacão.
A categoria 3 (intensidade do furacão Ian enquanto passava por Cuba) corresponde a ventos de 178 km/h a 208 km/h. Segundo o National Hurricane Center, prejuízos ao fornecimento de energia elétrica e água são esperados durante furacões dessa categoria, além de danos extensivos a construções.
Já a categoria 4, para a qual o Ian foi elevado, tem ventos entre 209 km/h e 251 km/h. Para essa intensidade, o NHC espera queda de energia, danos estruturais significativos e inundações.
A categoria 5, a mais elevada, tem ventos a partir de 252 km/h e tem potencial de causar danos catastróficos. Foi o caso do furacão Katrina, que atingiu a Flórida em 2005 e causou mais de 1,8 mil mortes.
Por que furacões são frequentes nessas regiões?
Furacão é o nome dado aos ciclones formados no Atlântico norte e no nordeste do Pacífico. Essas tempestades têm origem em oceanos de água mais quente (geralmente, acima dos 26ºC), em regiões próximas à linha do Equador. Portanto, são tempestades tropicais, ou seja, próximas aos trópicos.
O Golfo do México, o Caribe e parte da costa sul dos Estados Unidos são regiões mais suscetíveis aos furacões devido a dois fatores. O primeiro é a temperatura do oceano Atlântico nas latitudes tropicais, que é mais propensa à formação de furacões durante um período maior do ano.
O segundo é a direção dos ventos que deslocam os furacões. Os ventos alísios, das latitudes baixas tropicais, se movimentam de sentido leste a oeste, o que favorece que os furacões sejam “empurrados” para essas regiões.
Como são decididos os nomes dos furacões?
O NHC criou uma lista de nomes para as tempestades tropicais do Atlântico em 1953, que é atualizada periodicamente desde então. Os nomes são humanos, e não técnicos, para que sejam mais fáceis de serem lembrados e divulgados durante alertas.
Anualmente, as listas são organizadas de acordo com cada região (os nomes para as tempestades do Atlântico são diferentes daqueles do Pacífico), em ordem alfabética e alternando nomes masculinos e femininos. Todas as tempestades tropicais recebem nomes, mas nem todas se tornam conhecidas, uma vez que nem todas se tornam furacões.
Em 2017, por exemplo, as tempestades do Atlântico foram Arlene, Bret, Cindy, Don, Emily, Franklin, Gert, Harvey, Irma, Jose e Katia.
As listas são reutilizadas a cada seis anos. É por isso que o furacão Katia, de 2017, leva o mesmo nome do ciclone que aconteceu em 2011. Furacões muito devastadores, no entanto, não têm o nome reciclado. Katrina, por exemplo, é um nome “aposentado”.
Artemis I adiada devido a furacão Ian
A missão Artemis I, da Nasa, foi adiada pela terceira vez — agora, devido à passagem do furacão Ian. O lançamento do foguete estava previsto para esta terça-feira (27) no Centro Espacial Kennedy, localizado na Flórida. Ele ficará armazenado em um galpão até novembro, quando está agendada a próxima tentativa.