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Golpe no Tinder representa 60% dos sequestros registrados em SP

Homens da capital paulista são as principais vítimas dos crimes de extorsão violenta, sendo atraídos por perfis falsos de mulheres em apps de relacionamento

17 nov 2022 - 18h43
(atualizado às 22h04)
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O chamado Golpe do Tinder já contribui com 60% do total de sequestros registrados na cidade de São Paulo (SP) neste ano. De acordo com a Polícia Civil, a modalidade cresceu significativamente neste período pós-vacina, com o uso de perfis falsos com fotos de mulheres bonitas para atrair homens e forjar encontros. Ao chegar ao local, a vítima sofre extorsão sob ameaça de violência.

Segundo o Departamento de Operações Policiais Estratégicas da corporação, dos 75 casos registrados em 2022, 45 são os chamados sequestros-relâmpago, enquanto os outros 30 correspondem ao tipo mais tradicional do crime, em que a vítima permanece por mais tempo sob o poder dos criminosos. O aumento da modalidade citada como mais dinâmica, segundo a Polícia Civil, está relacionado à pandemia e ao aumento nos relacionamentos digitais, que levaram as pessoas a saírem menos de casa.

Homens heterossexuais do centro expandido da capital paulista são o principal grupo visado pelos sequestradores, devido ao poder aquisitivo mais alto, mas recém-separados, viúvos e casados também são alvos de interesse. Os criminosos usam mais de 30 apps para praticar os golpes, embora Tinder e Inner Circle sejam mais utilizados por serem os mais populares em nosso país.

Os encontros são marcados em lugares públicos, mas que tenham pouca circulação de pessoas ou sejam isolados — há uma preferência por ruas e praças nos arredores dos cativeiros, em vez de shoppings ou estabelecimentos comerciais que possam ter câmeras de segurança. Além disso, o caminho é estudado de forma que os veículos usados no crime não sejam vistos por radares.

Após serem capturadas, as vítimas são ameaçadas e até torturadas para que entreguem senhas de smartphones e dados de acesso a sistemas financeiros, ficando sob o poder dos criminosos por, no máximo, 48 horas. As economias são transferidas para contas dos bandidos, que também realizam empréstimos e crediários em nome dos capturados. Segundo as autoridades, ainda não foram registrados casos de morte relacionados ao golpe no Tinder.

Foto: Freepik / Canaltech

De acordo com a Polícia Civil, os criminosos responsáveis pelo Golpe do Tinder têm experiência com sequestros de caminhoneiros e empresas de entrega. Além disso, mulheres também fariam parte das quadrilhas como intermediárias durante as conversas, para enviar mensagens de voz e confirmar a falsa identidade do perfil. Adolescentes também serviriam como guardas dos cativeiros para onde as vítimas são levadas, em bairros como Brasilância, Taipas e Jaguaré, nas zonas norte e oeste de São Paulo.

O crime é organizado e segue padrões, o que permitiu que as autoridades paulistanas prendessem 86 pessoas acusadas de praticarem sequestros após marcarem encontros pelo Tinder. As detenções têm aumento de 91% em relação a 2019, quando foram registradas as primeiras ocorrências desse tipo, e servem como métrica para entender o crescimento dessa categoria de delito.

Como evitar ser vítimas de golpes no Tinder

O cuidado no uso de aplicativos de namoro e redes sociais é essencial para se manter seguro. Os usuários devem prestar atenção nas conversas e propostas feitas por sistemas desse tipo, seguindo com calma nos contatos e sempre tentando se certificar de que a pessoa do outro lado da tela é quem afirma ser. O contato deve ser cortado após qualquer indício de problema.

Na hora de marcar um encontro, prefira locais públicos e de ampla circulação, como bares, restaurantes, shoppings ou centros comerciais. Dados pessoais e, principalmente, financeiros, também não devem ser passados em conversas e encontros — pedidos de valores ou empréstimos, principalmente sob a alegação de custearem deslocamento ou viagem, são sinais claros de que se trata de um golpe.

A orientação da Polícia Civil é que as vítimas procurem uma delegacia o maus rapidamente possível, registrando boletim de ocorrência e contribuindo com informações que possam auxiliar as investigações. Sites como o Registrato, do Banco Central, ajudam a identificar movimentações financeiras, empréstimos e contas que tenham sido abertas pelos criminosos em nome dos atingidos por golpes desse e outros tipos.

Fonte: Extra

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