Google é acusado (novamente) de destruir provas em casos antitruste
Juiz responsável por vários casos antitruste envolvendo o Google diz que a plataforma falhou em preservar registros e tentou atrapalhar investigações
O juiz responsável pelos processos e casos de antitruste contra o Google nos Estados Unidos decidiu, na terça-feira (28.mar), que a plataforma falhou em preservar registros e tentou atrapalhar investigações.
Os registros em questão são históricos de conversas do Google Chat - software de comunicação desenvolvido pela plataforma e utilizado também pelos funcionários.
DE NOVO. Acusações semelhantes ocorrem desde janeiro, inclusive pelo próprio governo dos Estados Unidos.
A decisão mais recente foi motivada por uma nova denúncia sobre os registros: uma petição arquivada na segunda-feira (27.mar), relativa a um caso antitruste sobre o Android, continha trechos mostrando funcionários e lideranças utilizando mensagens temporárias.
LEIS DE CONCORRÊNCIA. As leis antitruste variam de país para país, mas geralmente existem para evitar a formação de cartéis ou monopólios.
O Google é obrigado por lei, nos Estados Unidos, a manter os registros de conversas por conta dos processos de antitruste. Em muitos casos, as partes entraram com pedidos — que foram aceitos — para obter esse conteúdo.
OUTRO LADO. O Google afirma que os chats sem histórico são importantes para as comunicações internas da empresa. A plataforma negou a acusação de destruir evidências de julgamentos intencionalmente.
"HISTÓRICO TÁ ON". O documento afirma que figuras como o CEO Sundar Pichai frequentemente usavam chats com mensagens temporárias quando conversavam sobre temas importantes ou delicados.
A petição aborda diversas conversas registradas e destaca que a maioria das interações não é registrada, uma vez que a empresa orientou seus funcionários a "se comunicarem com cuidado" devido aos processos em andamento.
Você pode ler as conversas e a petição, em inglês, aqui [PDF].
OUTROS CASOS. Acusações semelhantes acontecem desde jan.2023, quando o governo dos EUA e outros 21 estados pediram sanções à empresa por supostamente usar a função "deletar automaticamente" do Google Chat para destruir evidências e por mentir às autoridades norte-americanas sobre a exclusão automática do histórico de conversas após 24 horas.
Em fev.2023, o Departamento de Justiça dos EUA também fez uma acusação semelhante em outro processo antitruste, afirmando que a empresa não havia removido a funcionalidade.