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Google e Universal Music planejam licenciar músicas geradas por inteligência artificial

Com onda de 'deepfakes' com artistas, indústria da música se vê ameaçada

8 ago 2023 - 19h47
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O Google e a Universal Music estão em negociação para licenciar vozes de artistas usadas em músicas geradas por inteligência artificial (IA). A indústria da música já vem tentando monetizar esse tipo de prática e o objetivo das duas empresas é estabelecer uma parceria com esse mercado. As informações são do jornal britânico Financial Times.

Nos últimos meses, a IA generativa impressionou ao se mostrar capaz de imitar a voz de pessoas e encaixá-las em qualquer música sem seus consentimentos, como se ela mesma tivesse gravado um cover. Essa habilidade é conhecida como "deepfake", em que áudios falsos com vozes de terceiros são criados.

Recentemente, foi possível ver nas redes sociais, principalmente, no TikTok, áudios de IA em que o cantor Freddie Mercury canta a música "My heart will go on", da canadense Celine Dion, e em que John Lennon canta "Do I wanna know", da banda Arctic Monkeys.

De acordo com o Financial Times, a parceria entre Google e Universal Music e a indústria da música ainda estaria em estágio inicial. O objetivo seria desenvolver uma plataforma em que as pessoas têm que pagar os direitos autorais para criar faixas exclusivas com a voz de seus artistas favoritos. A Warner Music também estaria conversando com o Google sobre um possível produto nesse sentido.

Nesse caso, os famosos teriam a opção de permitir suas vozes na ferramenta. Nessa pagada, a cantora Grimes chegou a oferecer sua voz para as pessoas usarem em músicas geradas por inteligência artificial e dividir os royalties da canção.

A indústria da música vem enfrentando o desafio da violação dos direitos autorais desde o início do Youtube, em que qualquer usuário podia usar qualquer música como trilha sonora de um vídeo, sem nenhum tipo de monetização.

Em janeiro, o Google chegou a criar o software MusicLM, que criava música do zero a partir de comandos de texto enviados pelo usuário. Apesar do sucesso, a IA apresentou uma margem de 1% de plágio a partir do material de sua base de dados, o que poderia dar problemas com direitos autorais.

*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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