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Google pede desculpas, mas YouTube Kids continua exibindo vídeos impróprios

6 fev 2018 - 11h27
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Uma reportagem publicada na imprensa britânica voltou a alertar pais sobre a presença de vídeos impróprios no YouTube Kids, aplicativo do site de vídeos dedicado para os pequenos. De acordo com a investigação feita pela BBC, clipes falsos, com mensagens negativas ou violentas que utilizam indevidamente as imagens de desenhos reais, estavam sendo exibidos como sugestões, assim como materiais sobre armas e objetos perigosos.

youtube kids
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Foto: Canaltech

Em uma das ocorrências encontradas, por exemplo, personagens da animação Paw Patrol apareciam proferindo palavrões em um avião em queda, pegando fogo. Em outra, Mickey Mouse utilizava uma arma para disparar contra crianças e outros personagens, enquanto vídeos sobre afiamento de facas ou utilização de armas ultrapassaram os filtros do serviço e estariam à disposição dos pequenos, ao alcance de um toque.

Ainda, a reportagem organizou um encontro entre crianças de diferentes faixas etárias e a diretora de políticas públicas da Google, Katie O'Donovan, onde mais denúncias do tipo surgiram. Os pequenos relataram terem assistido a vídeos com palhaços ensanguentados, mensagens violentas e clipes assustadores, com imagens de espíritos ou narrações afirmando que alguém estava os aguardando na porta do quarto.

Em resposta, a empresa pediu desculpas e disse que precisa "fazer mais" para conter o problema de vídeos impróprios sendo exibidos para crianças no YouTube. O'Donovan disse lamentar profundamente o desconforto causado a pais e filhos diante dessa situação e que trabalha intensamente para garantir que a versão Kids da plataforma seja segura e interessante para os pequenos.

A principal questão, e também fruto da maioria das críticas à empresa, está no fato de o aplicativo utilizar algoritmos e sistemas automatizados para selecionar o que pode ou não ser exibido. Por meio da manipulação de tags, títulos e imagens de exibição, os responsáveis por vídeos desse tipo estariam conseguindo burlar o sistema, entregando vídeos impróprios às crianças e lucrando com as ferramentas de monetização disponibilizadas.

A Google reconheceu o problema e disse que os milhões de clipes hospedados todos os dias na plataforma representam um desafio e tanto para os sistemas de seleção e filtragem. A empresa taxou o ambiente como "difícil", pelo fato de ele estar sempre se movimentando de maneira muito veloz, com vídeos rapidamente sendo colocados à disposição do público antes que algo possa ser feito em relação a materiais inadequados.

Ao admitir o problema, a empresa também afirmou estar trabalhando em novas ferramentas para contê-lo. É o caso, por exemplo, de um novo sistema de denúncias que garante uma análise mais rápida das indicações feitas pelos usuários, bem como uma plataforma inédita de machine learning que facilitará o trabalho de identificação de vídeos impróprios.

Além disso, o YouTube anunciou nesta semana que regras mais rígidas estão sendo desenvolvidas para punir quem hospedar cenas impróprias ou inadequadas na plataforma. A companhia não disse exatamente quais serão essas medidas, mas adiantou que elas vêm para garantir uma reputação saudável para a comunidade e evitar manipulações do sistema de monetização, garantindo a devida compensação para quem segue as regras e deixando de fora quem não fizer isso.

Canaltech Canaltech
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