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Google se torna 4ª empresa do mundo a valer US$ 1 trilhão

Com alta expectativa pelos resultados financeiros do final de 2019, investidores levaram gigante de buscas a bater marca histórica

16 jan 2020 - 19h19
(atualizado às 19h42)
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A Alphabet, holding que controla a gigante de buscas Google, se tornou nesta quinta-feira, 14, a quarta empresa a entrar no seleto clube das companhias que alcançaram US$ 1 trilhão em valor de mercado. O feito foi atingido pela primeira vez pela gigante de buscas às 17h54 (horário de Brasília), quando as ações da empresa se valorizaram a US$ 1.450, puxadas pelo otimismo dos investidores com os bons números do negócio de anúncios do Google - os resultados financeiros para o quarto trimestre de 2019 serão divulgados apenas no próximo dia 3 de fevereiro. A empresa vinha flertando com a marca desde segunda-feira, 13, depois de ver suas ações subirem 17% nos últimos três meses.

Logotipo do Google é visto no encontro de startups de alto nível e de líderes de alta tecnologia Viva Tech, em Paris, França. 16/05/2019. REUTERS/Charles Platiau
Logotipo do Google é visto no encontro de startups de alto nível e de líderes de alta tecnologia Viva Tech, em Paris, França. 16/05/2019. REUTERS/Charles Platiau
Foto: Reuters

Antes da Alphabet, Apple, Amazon e Microsoft foram as três empresas de capital aberto na bolsa de valores americana a chegar nesse patamar -- as duas primeiras alcançaram a cotação no segundo semestre de 2018, já a Microsoft alcançou tal marca em abril de 2019. Hoje, a Apple está no primeiro lugar em valor de mercado (US$ 1,382 trilhão), seguida pela Microsoft (US$ 1,286 trilhão). Já a Amazon opera um pouco abaixo deste patamar, na casa de US$ 931 bilhões.

A marca histórica acontece em um momento particular da história da empresa, pouco mais de um mês após a saída dos fundadores Larry Page e Sergey Brin do cotidiano da empresa. Amigos desde a década de 1990, quando se conheceram na Universidade Stanford, os dois fundaram a empresa -ainda como Google - em uma garagem de Palo Alto em 1998. Na época, dominavam um algoritmo de buscas na internet que deu base para um negócio multibilionário: o de publicidade na internet, vendendo espaços de anúncios para empresas em pesquisas feitas pelas pessoas. Hoje, a empresa domina um terço das receitas de publicidade digital em todo o mundo.

Os bilhões da publicidade abriram espaço para que o Google investisse em outros negócios - de forma que hoje é quase impossível passar ao largo da influência da empresa, em serviços como o sistema operacional Android, usado pela vasta maioria de celulares do mundo, o serviço de email Gmail, o pacote de produtividade Drive ou o sistema de mapas. Isso para não falar no YouTube, comprado pela empresa em 2005 por US$ 1 bilhão. Todos esses negócios somam mais de 1 bilhão de usuários no mundo -- bem como a loja de aplicativos Play Store, o serviço de imagens Google Fotos e o navegador Chrome.

Eles são a base da lucratividade do Google, que em 2015 se transformou em uma empresa mais complexa: a Alphabet. A meta era poder tocar projetos ambiciosos, como a empresa de carros autônomos Waymo ou a firma de ciências da vida Verily, sem afetar os lucros do Google perante os investidores. Nos últimos anos, Page esteve focado em desenvolver estes novos negócios, conhecidos como Outras Apostas (Other Bets, em tradução literal), enquanto o dia a dia do Google era supervisionado pelo indiano Sundar Pichai, ex-executivo do sistema operacional Android. Em dezembro de 2019, porém, Pichai, de 47 anos, foi alçado ao posto de presidente executivo da Alphabet, enquanto Page e Brin permanecem apenas como membros do conselho, após acumular uma fortuna conjunta avaliada em mais de US$ 110 bilhões.

Pichai, porém, terá tarefas duras pela frente no comando da empresa. Nos últimos anos, o Google tem sido bastante atacado por reguladores e legisladores por conta de temas como seu poder no mercado, concorrência desleal, uso de dados e até mesmo influência política da empresa em diversos países e pleitos.

Neste momento, o Congresso americano e o Departamento de Justiça investigam práticas antitruste da empresa em diversos mercados, enquanto Donald Trump tem se revelado um crítico ferrenho da companhia. Candidatos à presidência democratas como Elizabeth Warren e Bernie Sanders também já colocaram a companhia na mira. Na União Europeia, a situação do Google não é melhor: o bloco já processou a empresa três vezes por concorrência desleal, com multas que somam mais de US$ 8 bilhões.

Países emergentes também são outro desafio da empresa. É em lugares como Brasil, Índia, Nigéria e Singapura, por exemplo, que o Google aposta que pode continuar crescendo seu número total de usuários, ao mesmo tempo em que também deve enfrentar o escrutínio local. Por sua nacionalidade, Pichai pode conseguir navegar melhor esses mares do que seus antigos chefes. O indiano terá ainda de descobrir como fazer a companhia seguir faturando com publicidade direcionada, em um momento em que temas como privacidade de dados são cada vez mais polêmicos, e como colocar de pé negócios como a empresa de carros autônomos Waymo.

Como se não fosse suficiente, ele terá de lidar com a pressão interna dos funcionários: nos últimos meses, intensificaram-se os protestos dos "Googlers", os empregados da empresa. Os motivos são vários: do envolvimento da empresa com o governo chinês em um projeto secreto às condições de trabalho de terceirizados, passando pela política interna para lidar com questões de assédio moral e sexual. Um exemplo é o fato de que o Google é frequente alvo de críticas por ter deixado que Andy Rubin, o antecessor de Pichai no Android, tenha saído da empresa com milhões no bolso mesmo após ser acusado de forçar uma colega a ter relações com ele.

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