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Greentech: o que são as 'startups verdes' e por que se tornaram valiosas

6 nov 2023 - 13h25
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Geralmente chamadas de "startups verdes",as greentechs são empresa de tecnologia focadas em desenvolver soluções para questões ambientais e sociais. Embora a preocupação com impactos industriais ao meio ambiente não seja recente, foi somente a partir dos anos de 1990 que se desenvolveu uma consciência sobre a importância de um tipo de gestão empresarial sustentável.

Apesar de relativamente jovem, o mercado da tecnologia verde tem despertado o interesse dos investidores. O motivo? A crescente percepção dos efeitos das mudanças climáticas e da exaustão dos recursos naturais.

Nesse sentido, o desenvolvimento sustentável surge como uma tendência importante para o século XXI. Didática, ela se apoia na noção de criação de valor compartilhado, ou seja, gerar valor para a empresa e também para a sociedade. 

Afinal, o que é Greentech?

As startups verdes atuam em uma série de soluções e produtos de impacto positivo no meio ambiente.
embalagem sustentável
embalagem sustentável
Foto: Tecmundo

Greentech é termo que traduzido para PT-BR seria "tecnologia verde", assim  é um conceito que abrange qualquer empresa que desenvolva soluções tecnológicas para resolver ou mitigar problemas ambientais - que não são poucos. No entanto, dentro do ecossistema das startups, as "verdes" são sempre conhecidas pelo seu papel no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis inéditas.

Mas não pense que se trata apenas de firmas pequenas; existem várias gigantes envolvidas nesse rolê. É o caso da alemã Siemens, quando desenvolve tecnologias de eficiência energética; a suíça Nestlé e suas novas embalagens sustentáveis; e até mesmo a famosinha Coca-Cola com seus projetos de reciclagem e redução de resíduos.

Quais são os pilares dessas startups?

Como já dá para sacar, o conceito de tecnologia verde está relacionado ao de tecnologia limpa, leia-se soluções de otimização operacional conjugadas com redução de custos, energia e outros insumos que impactam negativamente a biosfera. 

Os pilares centrais de empresas do setor são preservar a natureza, recuperar danos ambientais passados e sustentar a biodiversidade e os recursos naturais do planeta

É o que uma empresa precisa para ser classificada como greentech? Ela deve afirmar o uso da tecnologia verde como meta de negócio. Esse propósito é especificado, no geral, na declaração de critérios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). Aliás,  esses pontos podem até ser anexados à missão da empresa. 

O Global Impact Investing Network, empresa global de investimento de impacto, aponta que o valor do mercado de investimentos de impacto saltou de US$ 420,91 bilhões em 2022 para US$495,82 bilhões em 2023. A expectativa da empresa é de que o total suba para US$ 995,95 bilhões até 2027.

Startups verdes visam impactos positivos econômicos, sociais e ambientais.
sacola reciclável
sacola reciclável
Foto: Tecmundo

Atraem o interesse/bolso dos investidores os setores de educação, saúde, habitação, agricultura, meio ambiente, acesso a energia limpa, combate às mudanças climáticas, dentre outros.

Como deu para notar, algumas das áreas citadas englobam as greentechs,que vêm, aos poucos, mostrando ser um tipo de investimento sustentável e uma estratégia financeira sólida de longo prazo. 

Potenciais áreas de atuação de uma Greentech 

Além de limpos, os portfólios dessas startups são variados, com oportunidades de investimentos para a redução das emissões de gases de efeito estufa e da dependência de combustíveis fósseis, bem como geração de empregos verdes, dentre outras. Veja abaixo as mais significativas.

Reciclagem

A ideia da reciclagem é reutilizar materiais ou descobrir substitutos sustentáveis, com o objetivo de conservar recursos escassos na natureza. Embora resíduos de plástico, vidro, papel e metal sejam os mais lembrados, há firmas trabalhando com tecnologias mais avançadas para extrair matérias-primas valiosas do lixo eletrônico ou de componentes automotivos.

Redução de CO2

O princípio envolvido na captura de carbono é usar um conjunto de tecnologias inovadoras para remover e sequestrar gases de efeito estufa, seja no estágio de combustão ou diretamente na atmosfera. Essa estratégia é a preferida da indústria dos combustíveis fósseis, mas ainda não atingiu os resultados esperados.

O Brasil foi o 8º país com maior geração de energia solar em 2022 no ranking da Agência Internacional de Energia Renovável.
O Brasil foi o 8º país com maior geração de energia solar em 2022 no ranking da Agência Internacional de Energia Renovável.
Foto:  GettyImages  / Tecmundo

Energia sustentável

Substituta dos combustíveis fósseis como novo "motor" das alterações climáticas, a energia sustentável tem batido recordes de capacidade energética adicionada. O Brasil, por exemplo, atingiu em 2022 a marca histórica de 22,3 gigawatts de potência oriunda de energia solar fotovoltaica, salto de 59,4% em comparação a 2021. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Design de produtos

Greentechs usam o design de produtos tanto para atender às necessidades dos consumidores quanto para educá-los sobre a importância da sustentabilidade. Por isso, utilizam materiais renováveis, biodegradáveis ou reciclados. Também aplicam princípios de economia circular, para prolongar a vida útil dos produtos e facilitar sua reparação, reutilização e reciclagem.

Quais são os profissionais indicados para trabalhar com a tecnologia verde?

Como faz parte da missão das greentechs criar um futuro mais sustentável, a escolha natural de um colaborador para trabalhar com tecnologia verde é um profissional de ESG, afinal, por definição, esse consultor trabalha na identificação e avaliação dos impactos sociais e ambientais das atividades empresariais.

Um especialista em ESG é inclusive treinado para desenvolver estratégias para mitigar impactos e promover a ética e a transparência dentro das organizações, item da missão de qualquer greentech atual.

O curso de ESG da USP é 100% on-line.
O curso de ESG da USP é 100% on-line.
Foto:  USP  / Tecmundo

Além de alguns treinamentos, existem no Brasil diversos cursos de formação de especialista em ESG, inclusive algumas pós-graduações (MBA), oferecidas por instituições de ensino superior de renome, como a Pós ESG e Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, ESG e Gestão Modalidade EAD da USP e MBA em ESG da Faculdade Exame.

Como está o cenário dessas startups no Brasil? Quais as principais?

Apesar de a riqueza e a diversidade de recursos naturais colocarem o Brasil como um "habitat" para greentechs, elas ainda sofrem no país com algumas dificuldades estruturais, como falta de incentivos fiscais e regulatórios, preconceito dos consumidores, dificuldade de acesso a financiamentos e investidores, além da concorrência de empresas estrangeiras.

No entanto, a participação do Brasil na convenção do clima COP26, evento em que assumiu reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030, abriu altas oportunidades e potenciais para as tecnologias verdes. 

Segundo um mapeamento da plataforma Climate Ventures, existem atualmente no país mais de 200 greentechs, com atuação nas áreas de gestão de resíduos, agropecuária, indústria e florestas. 

Em 500 toneladas de embalagens plásticas a Eco Panplas recupera 17 mil litros de óleo.
Em 500 toneladas de embalagens plásticas a Eco Panplas recupera 17 mil litros de óleo.
Foto:  Eco Panplas  / Tecmundo

Veja algumas das principais greentechs brasileiras:

  • GreenPlat: usa blockchain para rastrear o caminho correto do tratamento do lixo, registrando o tratamento de um milhão de toneladas de resíduos em suas soluções.
  • Eco Panplas: criou uma tecnologia inédita para remover resíduos de embalagens plásticas de óleo lubrificante sem usar água, atingindo uma economia hídrica de 17 bilhões de litros em cada 500 toneladas de plástico recicladas.
  • Nexoos: essa plataforma integrada de governança em sustentabilidade automatiza as demandas ESG, e centraliza a gestão, integrando-a com outros sistemas.
  • Food To Save: embora se apresente como uma foodtech, a startup reúne um marketplace para que mercados vendam produtos de consumo rápido (e perto do vencimento), por um preço mais amigo. Assim, a ideia é reduzir o desperdício de mercadorias, uma pauta comum das greentechs.

Esse é um ecossistema novo em terras brasileiras, que caminha para uma fase de amadurecimento e expansão, em especial diante dos desafios ambientais e sociais no mundo. Por conseguinte, a tendência é de que esse mercado traga oportunidades sólidas de trabalho e investimentos de peso para as nossas empresas verdes.

*Este é um conteúdo do The BRIEF, newsletter de tecnologia, negócios e comportamento, para o meu irmão TecMundo. Informações e insights diários, com um toque especial que só a gente tem. Assina aí, vai!

Tecmundo
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