Há 227 anos, nascia Samuel Finley Breese Morse, inventor do Código Morse
Nascia, há 227 anos, Samuel Finley Breese Morse, um inventor estadunidense que posteriormente ficou conhecido como o criador do Código Morse. Tendo se formado em Yale em 1810, Morse começou sua carreira como pintor. Apaixonado pelas artes visuais, ajudou a fundar a Academia Nacional de Design antes de se dedicar às invenções que o tornariam famoso.
A criação do Código Morse
Pingala, um matemático indiano que viveu entre 400 e 200 a.C., desenvolveu um código binário de sílabas longas e curtas, muito semelhante ao que hoje nós conhecemos como o Código Morse. A limitação tecnológica da época, entretanto, não permitia que sinais específicos para cada uma das letras fossem desenvolvidos para utilização de forma compreensível.
Dessa forma, apenas em 1835, com a popularização do uso da eletricidade, Samuel Morse criou o telégrafo elétrico, um dispositivo que utiliza corrente elétrica para controlar ímãs que emitem e recebem pulsos intermitentes. Morse recebeu a patente de seu telégrafo elétrico em 1837 e logo viu sua criação se tornar popular em todo o mundo.
Como funciona o Código Morse?
Antes dos avanços impressionantes que a comunicação experimentou no último século, o Código Morse era amplamente utilizado para enviar mensagens por longas distâncias. Desenvolvido para que não fossem necessários dispositivos outros que não o telégrafo elétrico para serem compreendidos, os sinais de pontos e traços correspondem às letras, algarismos e sinais gráficos e podem emitir mensagens complexas e detalhadas de forma simples e acessível.
Na época em que Morse ainda era vivo, a forma mais comum de utilização de seu código era o telégrafo elétrico, também conhecido como chave direta. Entretanto, é possível enviar mensagens por Código Morse, além dos pulsos elétricos, por ondas acústicas e eletromagnéticas, além de sinais luminosos intermitentes.
O vídeo abaixo mostra como são traduzidos, com o uso do telégrafo elétrico e sons, os sinais que equivalem às letras e algarismos do Código Morse:
A emissão e recepção de mensagens por meio de sinais luminosos intermitentes utilizando o Código Morse se baseia na mesma lógica das ondas de som, onde um traço equivale ao mesmo intervalo rítmico de três pontos.
A importância do Código Morse na história
O Código Morse pode ser considerado o primeiro passo em direção às tecnologias de comunicação que usamos hoje, como o WhatsApp e o Telegram. Isso porque, antes de sua invenção, as mensagens ainda eram transmitidas de forma manuscrita e entregues por mensageiros que se deslocavam a cavalo.
O Código Morse permitia, por exemplo, que embarcações em alto mar enviassem mensagens por longas distâncias, utilizando grandes holofotes de luz.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o uso da invenção de Morse foi essencial para que as tropas pudessem se comunicar. Navios de guerra a utilizaram para enviar informações importantes sobre os contextos das batalhas, assim como planos de guerra foram transmitidos utilizando essa tecnologia. Localizações de navios, bases e tropas inimigas eram informadas, de forma a permitir emboscadas e outras técnicas de combate.
Usos modernos e atuais
Embora não seja mais necessário saber Código Morse para adquirir uma licença de radioamador, os entusiastas do radioamadorismo ainda mantêm essa forma de comunicação viva nos dias de hoje.
Entretanto, o principal uso moderno do Código Morse é a aviação e a aeronáutica, que utiliza o sistema de símbolos nos auxílios por rádio à navegação. O VOR, equipamento eletrônico que ainda é o sistema de navegação aérea padrão em todo o mundo, se baseia em Código Morse e atua em frequências entre 108 MHz e 119,9 MHz, assim como o NDB, que se diferencia do VOR por não possuir radiais e por atuar em frequências AM entre 100 kHz e 520 kHz.