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Homem é infectado por fungo de árvores pela primeira vez

Na Índia, homem é infectado, pela primeira vez, por um fungo comum em árvores, chamado de "folha de prata". O paciente precisou ser internado, mas está bem

4 abr 2023 - 14h03
(atualizado às 16h03)
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No leste da Índia, um homem de 61 anos foi infectado, pela primeira vez na história da medicina moderna, pelo fungo Chondrostereum purpureum. Popularmente, é conhecido como "folha de prata". Em árvores, este agente infeccioso cresce e recobre a planta com uma camada prateada. Gradualmente, isso provoca a morte da parte contaminada e, consequentemente, de todo o vegetal. Por sorte, as complicações do paciente foram tratadas de forma eficaz no hospital e, posteriormente, ele recebeu alta médica.

No entanto, o caso aponta para inúmeros riscos, e estes potencialmente podem afetar toda a humanidade. Entre os principais pontos, está a possibilidade de uma nova leva de fungos comuns em plantas afetarem humanos. Hoje, não existem tratamentos e nem muitas pesquisas para conter esse possível problema.

Entenda a história do homem que contraiu um fungo de árvore

Quando o homem indiano buscou atendimento médico, ela relatava sentir fadiga e ter dificuldade de deglutição (engolir alimentos), além de sofrer com rouquidão, tosse e faringite recorrentes nos últimos três meses. Posteriormente, os médicos e pesquisadores identificaram que um fungo de árvore formou um grande abscesso — uma bolsa de pus — paratraqueal no pescoço do paciente, que estava obstruindo suas vias aéreas. A identificação foi feita com ajuda de uma tomografia computadorizada.

Foto: GeorgeRudy/Envato / Canaltech

No caso do homem indiano, a cura da infecção fúngica foi obtida após a remoção cirúrgica da coleção purulenta e uso de medicação diária por dois meses (cerca de 60 dias), conforme detalha a equipe médica em relato de caso publicado na revista científica Medical Mycology Case Reports. "Após dois anos de acompanhamento, o paciente estava absolutamente bem e não há evidências de recidiva", afirmam os médicos do Apollo Hospitals, no artigo.

Inclusive, os profissionais que cuidaram do caso destacam a boa saúde do homem antes da rara e, até então, inédita infecção pelo fungo. Por exemplo, não tinha diabetes, doenças renais, infecção pelo HIV e nenhum tipo de doença crônica. Caso contrário, é possível que a infecção durasse mais tempo e representasse outras complicações ao paciente. Em outros casos, o desfecho poderia ser outro.

Como o paciente contraiu esse fungo?

Revisando a trajetória do paciente, os pesquisadores concluíram que a infecção se deu durante o trabalho. Ele atuou, por anos, como micologista, ou seja, profissional que se dedica ao estudo e análise de infecções provocadas por fungos. Apesar da sua atuação profissional, ele não se lembra de ter lidado com o fungo que o infectou especificamente. Na análise da equipe médica, o patógeno deve ter invadido o organismo do paciente através de uma lesão na pele ou ainda pelo trato respiratório.

O que o caso de infecção pelo fungo nos ensina?

"O agravamento do aquecimento global e outras atividades da civilização abrem a Caixa de Pandora para novas doenças fúngicas", afirmam os pesquisadores sobre a hipótese de fenômenos como esse se tornarem mais comuns ao longo dos anos. Inclusive, já existem alguns exemplos desse risco emergente, como o fungo Candida auris que "se espalhou por todo o mundo e se tornou uma ameaça significativa".

Outro problema potencial que vem acompanhado de novos tipos de infecções fúngicas é a dificuldade de identificação das espécies. No caso do paciente indiano, todas as análises iniciais falharam. A identificação só foi possível com o cultivo do patógeno, seguido pela análise do seu DNA. Considerando o cenário futuro, novas formas de análise devem ser desenvolvidas.

Fonte: Medical Mycology Case Reports  

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