Ian Wilmut, cientista que clonou ovelha Dolly, morre aos 79 anos
Criação da Dolly em 1996 foi um dos maiores marcos científicos do século 20
Um dos criadores do primeiro mamífero clonado do mundo, a ovelha Dolly, morreu aos 79 anos, nesta segunda-feira (11). O trabalho do professor Ian Wilmut no Instituto Roslin, da Universidade de Edimburgo, foi primordial para a pesquisa com células-tronco.
A tecnologia visa curar muitas das doenças do envelhecimento, permitindo ao corpo regenerar tecidos danificados.
A universidade lamentou a morte do cientista. "Ian foi um grande embaixador de Roslin. Seu alcance foi global. Ele liderou, na década de 1980, a equipe que produziu Dolly, da qual tanto acrescentou para o Instituto, a Universidade de Edimburgo e, na verdade, para a ciência em geral. Perdemos um dos pioneiros da ciência mais conhecidos", escreveu o professor Bruce Whitelaw, diretor do Instituto Roslin da Universidade de Edimburgo.
O seu legado é a criação de um campo conhecido como medicina regenerativa, com potencial para permitir que mais pessoas vivam vidas mais longas e saudáveis. A criação da Dolly em 1996 foi um dos maiores marcos científicos do século 20.
O professor Wilmut estava entre os líderes de uma equipe que usou uma célula da glândula mamária de uma ovelha adulta morta para criar um animal vivo geneticamente idêntico ao doador.
Como Dolly foi clonada
Dolly foi clonada a partir de uma célula extraída da glândula mamária de outra ovelha. Ela nasceu em julho de 1996, com o rosto branco - um claro sinal de que havia sido clonada, porque se fosse parente da ovelha que a deu à luz, Dolly teria o rosto preto.
Dolly foi o único filhote de ovelha a nascer vivo de um total de 277 embriões clonados. Ela ainda deu à luz seis bebês antes de morrer de doença pulmonar aos 6 anos.
Primeiros estudos foram em preservação de sêmen e embriões
Filho de dois professores, Ian Wilmut nasceu perto de Stratford-upon-Avon, na Inglaterra, e mudou-se com a família para Yorkshire.
Foi na escola em Scarborough que Ian começou a se interessar por biologia. Depois da escola, foi para a Universidade de Nottingham, inicialmente para estudar Agricultura, mas mudou para Zootecnia após ser inspirado por pesquisadores da universidade.
Os seus primeiros trabalhos na Universidade de Cambridge, como parte da equipa do professor Christopher Polge, centraram-se na preservação de sêmen e embriões por congelamento. Esta pesquisa resultou no nascimento de Frostie, o primeiro bezerro nascido de um embrião congelado.