Imagem do James Webb revela nuvem escondendo formação de estrela; veja
A nuvem observada é considerada uma protoestrela de classe 0, ou seja, o estágio inicial da formação estelar
A Nasa divulgou, na quarta-feira (16), a mais recente captura do Telescópio Espacial James Webb, uma “ampulheta” cósmica que revelou as características antes ocultas de uma protoestrela dentro de uma nuvem escura chamada L1527, fornecendo informações sobre a formação de uma nova estrela.
De acordo com a agência, essas nuvens dentro da região de formação estelar de Taurus são visíveis apenas na luz infravermelha, tornando-se um alvo ideal para a câmera de infravermelho próximo (NIRCam) do James Webb.
A protoestrela também está escondida dentro do “pescoço” desta forma de ampulheta. Um disco protoplanetário de ponta é visto como uma linha escura no meio do tal pescoço. Na imagem, a luz da protoestrela vaza acima e abaixo do disco, iluminando cavidades dentro do gás e poeira circundantes, dando uma visão deslumbrante do espaço.
Desvendando a L1527
As características mais predominantes da região, segundo a Nasa, são as nuvens coloridas de azul e laranja, que delineiam cavidades criadas quando o material se afasta da protoestrela e colide com a matéria circundante.
Neste caso, as próprias cores são devidas a “camadas de poeira” entre o telescópio e as nuvens. As áreas azuis são onde a poeira cósmica é mais fina — quanto mais espessa a camada, menos luz azul consegue escapar, criando bolsões laranja.
Apesar do caos que a L1527 causa, ela tem "apenas" cerca de 100 mil anos — um corpo celeste relativamente jovem. Por conta da sua idade e de seu brilho no infravermelho distante, como observado por missões como o Infrared Astronomical Satellite, a nuvem é considerada uma protoestrela de classe 0, o estágio inicial da formação estelar.
O obejeto L1527 ainda não gera sua própria energia por meio da fusão nuclear do hidrogênio, uma característica essencial das estrelas. Ainda que sua forma seja principalmente esférica, também é instável, assumindo a forma de um aglomerado de gás pequeno, quente e inchado, algo entre 20% e 40% da massa do nosso Sol.
A Nasa acredita que essa captura da nuvem em forma de ampulheta fornece uma pista sobre como nosso Sol e o Sistema Solar pareciam em sua infância.