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Impressão em 3D pode alterar hábitos de compra das pessoas

As impressoras para o mercado doméstico geralmente usam plástico biodegradável feito com milho, aplicado em camadas e moldado em laser com placas quentes

10 jan 2014 - 19h17
(atualizado em 11/1/2014 às 12h48)
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O auge da impressão em três dimensões permite vislumbrar um futuro no qual não será mais preciso comprar sapatos, armações de óculos ou brinquedos, que serão impressos em casa. O líder da banda Black Eyed Peas, Will.i.am, que estreou no Salão Internacional de Eletrônica de Consumo (CES), em Las Vegas, como diretor criativo da 3D Systems, antecipou que a tecnologia fará para muitos objetos básicos o que o iTunes - loja virtual da Apple - fez pela música.

Para o cantor, daqui a uma década "as impressoras em 3D estarão nas casas, assim como as geladeiras, os televisores e os micro-ondas" estão hoje e produzirão objetos como sapatos, cintos e acessórios, atualmente comprados nas lojas. A impressão tridimensional existe há mais de 20 anos, mas ganhou popularidade recentemente com a melhora tecnológica e um custo mais acessível para amantes da bricolagem, assim como artistas e empreendedores.

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/tecnologia/infograficos/impressao-3d/" href="http://www.terra.com.br/noticias/tecnologia/infograficos/impressao-3d/">Impressão 3D: Imprima o que imaginar</a>

As impressoras para o mercado doméstico geralmente usam plástico biodegradável feito com milho, aplicado em camadas e moldado em laser com placas quentes. "Pensem nisso como camadas de tijolos microscópicos. Camadas e camadas de tijolos. A certo ponto, se você coloca tijolos suficientes, cria uma construção", explicou Roger Chang, diretor-geral da Singapur Pirate 3D, que produz uma impressora para a empresa Buccaneer é vendida a US$ 497.

Há cinco anos, a empresa Brooklyn MakerBot era a única fabricante de impressoras tridimensionais no CES. Mas hoje em dia, os concorrentes povoam a área dedicada a esta invenção na feira, que termina nesta sexta-feira. "É o ano da impressão em 3D", declarou Jenifer Howard, porta-voz da MakerBot. "Empreendedores sem muito apoio econômico podem criar seus protótipos e inclusive fabricar em pequena escala", afirmou.

"Uma vez que se começa a imprimir em 3D, o mundo é visto de outra maneira. Ao invés de pensarmos em ir para a loja, pensamos em fazermos nós mesmos", destacou. As impressoras podem fazer estatuetas, peças de xadrez, trincos de portas, além de elementos mecânicos, como rolamentos ou peças para criações com partes móveis.

Segundo a porta-voz, as impressoras da MakerBot têm sido usadas, inclusive, pelo grupo aeroespacial americano Lockheed Martin para fabricar uma parte de um telescópio que deve ser lançado dentro de quatro anos, enquanto na África serviram para confeccionar próteses de mão a um décimo do preço do normal.

Os códigos digitais da "mão-robô" foram baixados 55.000 vezes, segundo a MakerBot, que oferece gratuitamente uma ampla base de dados de códigos de impressão em seu site na internet. Suas impressoras de quinta geração são vendidas ao preço de US$ 1.375 a US$ 6.500. A impressão em 3D dá muito o que falar, mas será preciso encontrar fórmulas para que as pessoas se acostumem a usá-la em casa, assegurou Stephen Baker, analista do NPD Group.

"A maioria das pessoas não imprime sua própria capa de smartphone ou sua mochila", afirmou. "Hoje em dia, há energia em um setor que era insípido. Mas provavelmente estamos muito longe de transformar o sistema de produção". Roger Chang considerou que os fabricantes de brinquedos independentes poderão ser aqueles que levarão as impressoras 3D ao grande público.

"Da mesma forma que o iTunes permitiu aos músicos independentes se expandir, colocando suas músicas online com códigos digitais, os desenvolvedores de brinquedos independentes podem permitir aos seus clientes imprimir os brinquedos sem terem que se preocupar com grandes orçamentos ou acordos de distribuição", explicou. Andrew Boggeri, engenheiro da empresa Las Vegas Full Spectrum Laser, também citou um estudo que destaca que os lares dos Estados Unidos poderiam economizar até US$ 2.000 a cada ano se imprimirem as peças de reposição de 27 tipos de objetos que se quebrarem, o que torna o país "uma estufa para impressão em 3D".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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