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Improviso é o forte da tecnologia dos veterinários de bichos exóticos

Veterinários de animais não convencionais usam o que há de mais inovador para tratar pacientes, mas profissão enfrenta desafios

15 fev 2023 - 05h00
(atualizado às 12h07)
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Medicina veterinária de animais exóticos se beneficia de novas aplicações de tecnologias comuns ma medicina humana
Medicina veterinária de animais exóticos se beneficia de novas aplicações de tecnologias comuns ma medicina humana
Foto: Divulgação/@vetexotica_

Uma crescente população de "pets exóticos" está trazendo demandas cada vez mais cabeludas para os veterinários do Brasil. Tratando pacientes cujas necessidades diferem — e muito — dos manjados cães e gatos, profissionais abusam da criatividade usando o que a tecnologia do ramo já oferece para resolver problemas cada vez mais complexos. 

Procedimentos como tomografias, radiografias e ressonâncias magnéticas, velhos conhecidos dos humanos, têm sido cada vez mais empregados na obtenção do diagnóstico dos bichos. Mas, por conta da necessidade de adaptações (realizadas pelas próprias fabricantes ou pelos médicos, dentro dos consultórios) a transferência de tecnologia não é imediata. 

O pulo do gato é uma cadeia constante de adaptações. "As coisas da medicina humana chegam pra gente dez anos depois", diz Alessandro Bijjeni, médico veterinário e fundador da clínica Exotic Pets.

Bijjeni atende todo tipo de ocorrência em seu estabelecimento na zona sul de São Paulo. Recentemente, um cirurgia realizada em um louva-a-deus que apresentou uma ruptura do abdômen viralizou nas redes sociais.

Louva-a-deus infelizmente não resistiu e morreu alguns dias após a cirurgia
Louva-a-deus infelizmente não resistiu e morreu alguns dias após a cirurgia
Foto: Reprodução/Instagram @exoticpetscv

Ao Byte, ele mostrou um sistema de ventilação adaptado para pequenos animais. Enquanto a indústria não surgia com uma solução, o jeito foi refrescar os bichinhos durante a cirurgia com a ponta de uma luva cirúrgica cortada.

Atualmente, Bijjeni negocia com uma fabricante de um monitor cardíaco para realizar mudanças na faixa de frequência de batimentos que o aparelho mede — ideal para cães e gatos, mas não para seus pacientes.

Talita Santos é veterinária e atende animais exóticos a domicílio. Em seu perfil no Instagram, compartilha a rotina — ou, como diz, a completa falta dela — cuidando de todo tipo de bicho. "A gente nunca sabe o que vai cair na nossa mão. São animais com fisiologia e anatomia muito diferentes", comenta. 

Ela atende os bichos em casa e tem ainda o desafio de levar um consultório portátil em sua maleta. A veterinária recomenda a realização de exames em clínicas. Mas, para ajudar nos diagnósticos e torná-los ainda mais precisos, carrega consigo lupa e ostoscópio eletrônicos, que se conectam a seu celular. 

"A gente consegue fazer vídeos, fotos, e até guardar [com o telefone] as informações para pesquisas e palestras", diz.

"A própria medicina veterinária usa o que a medicina humana já tem. Então, nos baseamos na veterinária de cães e gatos para chegar na medicina de animais silvestres e exóticos", explica Santos. "Tudo o que já vem de outros setores acabamos utilizando".

O exótico é pop

A boa notícia para tutores, médicos e animais é que cuidar da saúde dos bichos tem ficado cada vez mais acessível. Até pouco tempo atrás, Bijjeni gastava quase uma hora em uma cirurgia de retirada de baço de um animal. Hoje em dia, um tesoura especial sela os cortes com segurança em questão de segundos e o animal é fechado em poucos minutos. 

"E se o seu animal é operado em dez minutos em vez de 50, isso é bom para tutor, para o animal, para o cirurgião, para o anestesista, gasta-se menos insumo, etc. Gasto com a tecnologia, mas, no longo prazo, isso não tem preço", diz o veterinário.

Fabricantes de equipamentos veterinários já contam com sistemas de ventilação de tamanhos diferentes para usar em pequenos animais
Fabricantes de equipamentos veterinários já contam com sistemas de ventilação de tamanhos diferentes para usar em pequenos animais
Foto: Terra Byte

Junto com o barateamento, mais informações disponíveis ao público deram a algumas pessoas um último empurrão que faltava para se tornarem donos de um animalzinho inusitado. 

"Acabamos conhecendo mais sobre esses animais e tendo mais subsídios para as pesquisas, o que é muito importante. Conhecemos mais sobre as espécies por meio de estudos científicos, e colher informações por meio de exames que usam a tecnologia é algo muito importante para nós nesse sentido", explica Santos. 

A aparência e comportamento diferente dos pets não significa que o amor que recebem de seus donos seja diferente do dengo normalmente destinado a cães e gatos, muito pelo contrário. Depois que o apego é criado, tutores viram logo os "pais de pet" do mais comum clichê, conta Bijjeni.

"Os animais viram os filhos das pessoas. E o que fazemos por nossos filhos? Tudo. Às vezes, conversando com um cliente, eu falo: eu preciso fazer um raio-x, que custa R$ 130, no seu peixe beta, que custa R$ 10. O exame custa 13 betas. Tem vezes que preciso fazer dois exames, o que dá 26 betas. A consulta custa R$ 300, o que são mais 30 betas. A pessoa sai daqui pagando 56 betas".

Fonte: Redação Byte
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