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ABStartups propõe medidas contra assédio após carta; setor rebate: 'Pífia, porca e populista'

Associação afirma que vai firmar parcerias e realizar campanhas de conscientização a partir das próximas semanas

27 mar 2023 - 16h16
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A Associação Brasileira de Startups (ABStartups), que reúne mais de 6 mil dessas pequenas empresas de tecnologia do País, propôs medidas para conter o assédio no ecossistema de startups do Brasil, segundo comunicado publicado na sexta-feira passada, 24. As ações foram tomadas após carta pública de agentes do setor que exigiam posicionamento da organização.

BRASILIA DF 09/07/2020 ECONOMIA FUTURO EMPREGO - Trabalho em casa , teletrabalho, home office ou trabalho remoto, VPN - Uso de laptop notebook internet, wifi wireless, copo cafe, caneca cafe, caneta, oculos, bloco de papel, mao digitacao em teclado de computador laptop escritorio em casa, tela FOTO Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

Na réplica, a Associação se posiciona contra o assédio "de qualquer modalidade", mas ressalta que, como organização, o alcance do grupo é "limitado". "Nossa capacidade de influência no ecossistema, ainda que com alguma relevância, não alcança poderes executivo ou fiscalizatório", diz o texto.

A ABStartups pede que agentes do ecossistema de inovação do Brasil também se comprometam com políticas contra assédio nas empresas e organizações, com mecanismos de denúncia e investigação.

Em resposta direta à carta dos empreendedores e empreendedoras divulgada na semana passada (leia a íntegra ao final desta matéria), a ABStartups afirma que vai criar grupos de trabalho com empresas associadas e profissionais voluntários para criar um guia de boas práticas contra assédio nas startups; montar eventos e campanhas nas redes sociais de conscientização sobre o tema; inclusão do guia de boas práticas como "dever associativo" para as empresas ingressantes à Associação; e parcerias com empresas que possam fornecer tratamento às vítimas de assédio.

O prazo dado pela Associação para implementar essas ações não foi dado. No comunicado, é dito que as medidas devem entrar em vigor "nas próximas semanas".

Setor reage

Tão logo a ABStartups publicou o comunicado, empreendedores e empreendedoras assinantes da carta criticaram o conteúdo em um texto que rapidamente circulou em grupos de mensagens no WhatsApp.

A mensagem diz que as medidas da ABStartps não foram "contundentes" e que a associação não apresentou ações concretas para minar o assédio no ecossistema de inovação do Brasil. Ainda, lembra que a ABStartups possui uma presidente mulher (Ingrid Barth, cuja posse aconteceu em janeiro deste ano) e questiona: "Cadê a empatia?".

"As boas práticas, aplicadas mundialmente, exigem uma resposta contundente, propositiva e uma ação concreta. Não vemos isso", diz. "Em resumo, (foi uma) resposta PPP. Pífia, porca e populista."

Como solução, os empreendedores e empreendedoras afirmam que a ABStartups deveria abrir um canal de denúncias direto da entidade, recebendo as denúncias e encaminhando-as ao Ministério Público; disponibilizar um convênio com uma empresa de psicologia, por onde as pessoas denunciantes podem pedir ajuda; e indicar ações e cartilhas que tratem do tema.

A mensagem, segundo apurou o Estadão, foi escrita pelo advogado Marcus Maida, envolvido com o ecossistema e um dos porta-vozes da carta divulgada na semana passada.

Assim diz a ABStartups

Abaixo, leia a carta da ABStartups na íntegra:

"Prezados e prezadas,

"A Associação Brasileira de Startups ("ABStartups") recebe com respeito e bastante acolhimento a petição contra o assédio no ecossistema de empreendedorismo e inovação do Brasil.

"O assédio de qualquer modalidade, seja moral, sexual, étnico, social ou outros, é uma prática execrável e inaceitável!

"Queremos conversar abertamente com todos vocês sobre esse tema.

"Em que pese nos posicionamentos firmemente contra o assédio, na condição de associação setorial, nosso alcance é limitado. Nossa capacidade de influência no ecossistema, ainda que com alguma relevância, não alcança poderes executivo ou fiscalizatório.

"É necessário que empresas e agentes do ecossistema, sejam vinculados a startups ou não, também se comprometam com essa temática, promovendo boas práticas, seus próprios mecanismos de denúncia e investigação independentes e uma cultura organizacional voltada para o ser humano, sempre com respeito à lei brasileira.

"Nosso papel é incentivar fortemente esse tipo de consciência entre nossas associadas, mantenedoras e parceiras públicas e privadas. Atuar e promover campanhas e ações de conscientização social nas mais diversas áreas ligadas ao seu fim social é, inclusive, uma das finalidades estatutárias de nossa entidade.

"Em reconhecimento a essa função, anunciamos as seguintes medidas, que serão adotadas nas próximas semanas:

"- criação de um grupo de trabalho com empresas associadas e profissionais voluntários, para desenvolvimento de um guia de boas práticas de prevenção e combate ao assédio no ambiente de startups;

"- realização de eventos e campanhas nas nossas redes sociais de conscientização sobre o tema, como forma de promoção de boas práticas no ecossistema e lançamento do guia;

"- criação de boas práticas específicas para eventos promovidos exclusivamente pela associação, com orientações sobre como agir nesses casos;

"- inclusão deste guia como dever associativo para empresas ingressantes no quadro de associados e parceiros da Abstartups; e

"- parceria com empresas que possam fornecer de maneira mais acessível tratamento adequado para acolher vítimas de assédio que nos procurarem para esse tipo de ajuda, através de profissionais especializados em saúde mental e psicologia.

"Convidamos todos os empreendedores e empreendedoras, por meio de suas empresas associadas, a participar da construção desses trabalhos, e reiteramos nosso compromisso firme e transparente com o assunto."

Ingrid Barth é a presidente da ABStartups, principal entidade do setor de tecnologia do País
Ingrid Barth é a presidente da ABStartups, principal entidade do setor de tecnologia do País
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão
Estadão
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