E-Sports ampliam oportunidades de emprego em diversas áreas
Na Campus Party, painel mostrou como o segmento está dinamizando o mercado de trabalho
Você curte e-Sports, mas não se vê um jogador profissional neste meio? A Campus Party, um dos maiores eventos de tecnologia do País, mostrou aos visitantes que é possível estar conectado a jogos eletrônicos trabalhando na sua área de formação. O painel “Profissões no e-Sports”, promovido pela empresa do ramo eRabbit, juntou quatro pessoas de áreas distintas que descobriram um novo leque de oportunidades de emprego no setor.
A assessora do departamento de tecnologia da Edelman, Monica Czeszak, contou que chegou “por acidente” no meio. Ela sempre curtiu e-Sports, mas nunca havia pensado em aliar seu hobby ao trabalho. Foi então que algumas entrevistas de emprego abriram as portas para esse novo mundo emergente. “É um mercado que ficou muito grande e dinâmico”, ressaltou.
Monica explicou que sua função é treinar jogadores de e-Sports para melhorar a comunicação com a imprensa e o público, ajudando-os a se posicionar de forma mais clara e, em alguns casos, a perder o medo de dar entrevistas. “Precisamos prepará-los antes de deixar o pior acontecer”.
Já Pedro Tonelo é Designer Visual da Riot Games, dona de um dos jogos eletrônicos mais conhecidos do mundo, o League of Legends. Ele produz o layout de uniformes e peças secundárias, como casaco e chinelo, para as equipes que participam dos campeonatos profissionais.
“O patrocinador compra o serviço por uma cota e temos que encontrar o melhor resultado possível que agrade tanto ao patrocinador como à equipe e aos fãs que compram os itens”, relatou Pedro. “As equipes estão vendo que os produtos e todo o merchandising são outras fontes de renda”.
Outro caso é o de Daniela Rigon, que sempre gostou de escrever sobre games e animes (desenhos japoneses), e encontrou nos e-Sports uma forma de ganhar dinheiro com seu talento após três anos fazendo textos sem receber salário. Ela contou como a relação de jogadores com a imprensa se transformou com a profissionalização do esporte.
“Muitos times se recusavam a falar com a imprensa. Pressionamos a Riots e agora sempre mandam alguém para falar com os jornalistas após os jogos”, revelou Daniela. “Muitas vezes o jogador não percebe a importância da imprensa para imagem dele”.
A coordenadora de estratégia da Agência Horus, Rafa Arnoldi, também já teve problemas com jogadores e equipes, mas pelo motivo contrário dos jornalistas. Ela precisa controlá-los para não falarem demais, principalmente sobre assuntos polêmicos nas redes sociais, como no Twitter, que produz uma rápida repercussão.
“Se o cara fala besteira, prejudica a marca”, explica Rafa, que também atua como profissional de mídias sociais para a Gamers Club. Como a profissionalização aconteceu de maneira abrupta, muitos ainda continuaram a usar as redes de forma amadora, segundo ela. “Trabalhamos para levar gestão de imagem. A gente precisa educar, e não penalizar”.
A Campus Party
Com 900 palestras em oito palcos diferentes, além de exposições e jogos e desafios interativos para os visitantes, a Campus Party vai até a madrugada do dia 17 de fevereiro no centro de convenções Expo Center Norte, em São Paulo. A estimativa é que o evento receba 120 mil pessoas ao todo.