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Fintech Noh recebe aporte de R$ 17 mi e quer automatizar processo de 'rachar' despesas

Startup funciona como um meio de pagamento integrado a sites e apps, que automatiza a divisão das contas e despesas entre grupos de pessoas

8 mar 2022 - 10h10
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A Noh chega ao mercado para automatizar a divisão de despesas, prática comum entre os brasileiros, mas ainda inexplorada pelas fintechs. Por meio do aplicativo, que deve ser lançado em meados de março, será possível criar uma carteira digital compartilhada para pagar desde despesas fixas como aluguel e contas de luz até viagens ou refeições em grupo. A inauguração do segmento de finanças sociais no Brasil proposta pela fintech é apoiada pelos R$ 17 milhões levantados no ano passado.

A rodada de investimento seed foi liderada pela Kindred Ventures que já aportou em empresas como Uber e Coinbase. A Noh também recebeu capital da Positive Ventures, de Biz Stone, um dos fundadores do Twitter. Já na estratégia de captação com investidores-anjo buscou empreendedores como Patrick Sigrist (iFood) e André Penha (Quinto Andar), assim como experts em fintechs, incluindo Pedro Conrade (Neon).

O aplicativo passa pelas fases finais de teste e, atualmente, conta com cerca de 50 usuários-pilotos
O aplicativo passa pelas fases finais de teste e, atualmente, conta com cerca de 50 usuários-pilotos
Foto: Noh/Divulgação / Estadão

Para a CEO da Noh, Ana Zucato, nomes relevantes aportaram na fintech por enxergarem um terreno fértil no País para esse tipo de serviço. "Tem muita competição no mercado quando se trata de dinheiro individual, mas não tem ninguém olhando para as finanças em grupo. É uma grande oportunidade, estamos inaugurando um segmento", afirma, destacando que os brasileiros compartilham cerca de US$ 400 bilhões ao ano. Além da demanda reprimida, ela cita também a consolidação de soluções como Open Banking e Pix como fatores favoráveis para o negócio.

O aplicativo está pronto e passa pelas fases finais de teste. Atualmente, conta com cerca de 50 usuários-pilotos. A liberação da lista de espera tem sido feita de forma gradual para validar as experiências, segundo a CEO. A expectativa é que 300 novos clientes recebam o acesso ao longo de março e que a plataforma chegue às lojas de aplicativos em meados de abril, quando a fintech irá passar a oferecer seu próprio cartão.

Na plataforma, é possível criar grupos para compartilhar gastos. Em seguida, o cliente transfere recursos para a carteira digital e determina os valores para cada integrante. Os pagamentos poderão ser realizados por meio de boleto, Pix ou um cartão pré-pago Visa.

Não há cobrança de taxas para realizar as transações. Como a fintech funciona como um meio de pagamento, é remunerada pela taxa de intercâmbio dos estabelecimentos, a cada transação. A Noh estima que à medida que a implementação do Open Banking estiver mais adiantada, os valores poderão ser debitados diretamente das contas bancárias. Dessa forma, os planos vão além do aplicativo e incluem oferecer a opção de dividir gastos dentro de plataformas de marketplace ou delivery, por exemplo.

A expansão internacional também está no radar. "Já validamos que esse é um problema global. Ao considerar apenas a América Latina, cerca de US$ 800 bilhões são compartilhados anualmente", afirma Ana. A presidente integra o grupo de fundadoras de fintechs, que correspondem a menos de 5% do total de startups de finanças latino-americanas. Na Noh, cerca de dois terços das posições de liderança são ocupadas por executivas.

Estadão
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