“IA não se trata de robôs dominando o mundo”, diz Rob Thomas
Gerente geral de dados e inteligência artificial da IBM cita três fatores que impedem empresas de adotar a tecnologia
A adoção da inteligência artificial (IA) dentro de empresas emperra em pelo menos três fatores, segundo o gerente geral de dados e IA da companhia de informática americana IBM, Rob Thomas: dificuldade de entender o conceito da nova tecnologia, confiança de que os algoritmos estão desempenhando seu papel corretamente e a falta de profissionais qualificados para desenvolver e analisar base de dados.
Em um discurso no "Data and AI Forum", em Miami, na Flórida (EUA), nesta terça-feira (22), o gerente da IBM frisa a importância de desmistificar a definição do que é IA. “Não podemos enxergar essa tecnologia como uma caixa-preta”, afirma.
“Não se trata de robôs dominando o mundo, mas se trata de predição de resultados, automação e otimização de tarefas simples.” Segundo Thomas, executivos precisam enxergar o potencial de modificar as relações entre suas empresas e seus clientes, elevando a satsifação dos consumidores, assim como melhorar processos internos, por meio da inteligência artificial.
O executivo diz que, dentro desse processo de desmistificação da IA, além de explicar o conceito dessa tecnologia, é importante ensinar as etapas para implementar a tecnologia dentro das empresas. Thomas mostra que tudo começa em como a companhia coleta e utiliza seus dados internos e de seus clientes também.
“Essas informações são sangue vital da inteligência artificial”, diz. “81% dos líderes de negócios não sabem como extrair o melhor de todos os dados que têm.” Para ele, as boas práticas passam não só pela extração e armazenamento, mas também pelo desenvolvimento de algoritmos que resolvam as principais dúvidas sobre negócio de cada empresa, gerando novas oportunidades de negócio e investimento.
Mesmo em posse de bancos de dados para armazenamento e plataformas virtuais para analisar essas informações, a falta de profissionais qualificados para programar e modelar projetos de inteligência artificial é outro fator que impede empresas de investir na tecnologia. "Há poucos cientistas de dados em todo o mundo", afirma Thomas.
"Sempre é preciso pensar na capacitação de sua equipe antes de tomar alguma decisão voltada para IA." Pensando nessa dificuldade, a IBM oferece para seus clientes auxílio técnico para desenvolvimento de seu primeiro algoritmo com seus produtos, como o software Watson Assistant, por exemplo.
*O repórter viajou para Miami a convite da IBM