iFood encerra operação na Colômbia, antiga aposta para crescer no mercado internacional
Startup brasileira demitiu funcionários e vai retirar aplicativo do ar para colombianos a partir de 21 de dezembro; país é território do rival Rappi
O iFood anunciou nesta sexta-feira, 21, o encerramento da operação da startup de entrega de alimentos na Colômbia, país que, há um ano, era tido como a principal aposta da companhia brasileira para crescer no mercado internacional — e berço do Rappi, concorrente direto no ramo de delivery de mercado e restaurante.
A causa para a saída da Colômbia é "uma estratégia do negócio em função do mercado de capitais", diz o iFood em nota. "O iFood seguirá investindo no Brasil, onde nasceu e é líder", completa a startup, fundada em 2011 por Felipe Fioravante.
Segundo a revista Forbes, o iFood demitiu cerca de 210 funcionários que trabalhavam na operação da Colômbia. A startup não confirmou ao Estadão o número de demitidos.
"Durante o processo de encerramento das operações na Colômbia, o iFood oferecerá suporte e informações a todos clientes, entregadores e restaurantes, atendendo a eventuais demandas e dúvidas da melhor maneira possível", declarou a empresa.
O app do iFood na Colômbia deve sair do ar em 21 de novembro.
No país desde 2015, a Colômbia era vista como o principal mercado do iFood em busca da internacionalização. Em 2020, a companhia brasileira comprou a colombiana Domicilios.com, segundo principal nome do mercado de delivery depois do Rappi. Com a aquisição, a firma brasileira detinha 12 mil restaurantes em 30 cidades da Colômbia, fatia de 40% do mercado local.
Ao Estadão, em 2021, o presidente da Movile (então controladora do iFood) declarou: "A Colômbia é a nossa grande aposta de crescimento em outros países", disse.
Recentemente, o iFood também abandonou a operação no México, país onde entrou em 2016 e, discretamente, encerrou operações sem muito alarde nos últimos anos — sem confirmar a data à reportagem. Hoje, a startup brasileira de delivery atua somente no Brasil.
Disputa no Brasil
No mercado interno, o iFood é criticado por concorrentes, incluindo o próprio Rappi, por firmar contratos de exclusividades com restaurantes e dominar 80% do mercado de comida. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) analisa a petição, que reúne outras 40 empresas. Não há prazo para a decisão.
Neste ano, o grupo holandês Prosus tornou-se dono do iFood após transação de R$ 9,4 bilhões. O negócio avaliou o iFood é € 5,4 bilhões, tornando a firma a maior startup do Brasil.