Laser capaz de esfriar líquidos é inventado nos EUA
Tecnologia pioneira tem potencial de, futuramente, ser usada para resfriar microchips e até mesmo deixar a cerveja geladinha
Não é nenhuma novidade que lasers sejam utilizados para aquecer materiais. O que nunca tinha sido possível, até agora, era utilizá-los para resfriar líquidos. Um experimento inédito, realizado por cientistas da Universidade de Washington, entretanto, promete revolucionar as possibilidades da aplicação dessa tecnologia.
Pela primeira vez na história, conseguiu-se resfriar um líquido com a utilização de lasers infravermelhos. Os cientistas da universidade norte-americana foram capazes de esfriar em 20 graus centígrados uma quantidade de água mantida em condições habituais. Os resultados causaram surpresa, já que, normalmente, a água tende a se aquecer quando iluminada.
A pesquisa foi chefiada pelo professor Paden Roder e teve os resultados publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Para atingir essa façanha, utilizou-se um laser de coloração azul e nanocristais foram colocados em uma gota d’água. Os fótons de cor azulada foram absorvidos pelos átomos dos cristais, que então começaram a se agitar. Quando esses átomos liberaram os fótons, estes estavam com o nível energético mais elevado do que quando entraram. Isso dissipou calor, resfriando efetivamente os cristais e a água em torno deles.
A pesquisa e a conclusão de que é possível resfriar objetos com altíssima precisão têm diversas aplicações potenciais. Já se prevê que essa tecnologia no futuro poderá ser usada para resfriar microprocessadores, cerveja e até mesmo auxiliar em pesquisas neurológicas. Seria possível, por exemplo, congelar neurônios específicos sem danificá-los. Assim, poderiam ser realizados, de maneira segura, estudos que analisem como as porções do cérebro se reconectam diante de um trauma.
Outra possibilidade seria a criação de lasers de maior potência, impossíveis de serem construídos com o atual estado da tecnologia. No entanto, o time chefiado pelo professor Roder ainda precisa refinar o processo tecnológico, começando por melhorar sua eficiência energética.