Lime aposta em experiência com patinetes para vencer rivais
Empresa americana de compartilhamento de patinetes está operando no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP)
Os patinetes verde-limão da empresa americana Lime já estão disponíveis para uso nas cidades de São Paulo (SP) e do Rio de Janeiro (RJ). A empresa de São Francisco, na Califórnia (EUA), chegou ao Brasil na última semana e promete rivalizar com a mexicana Grin e a brasileira Yellow.
Com um portfólio de atuação em mais de 100 cidades, nos Estados Unidos e na Europa, e mais de 65 milhões de corridas já realizadas, a Lime quer trazer sua expertise para o País. Ao Terra, o diretor-geral da Lime no Brasil, John Paz, falou sobre os planos da companhia para o seu ano inicial em terras brasileiras e também sobre o cenário nacional dos patinetes elétricos.
Terra: Por que a Lime decidiu vir para o Brasil?
John Paz: Achamos que o Brasil precisa de nossos serviços. É um país com cidades muito densas, com bastante trânsito, e uma população jovem e aberta à tecnologia, além de ter um mercado com a micromobilidade em desenvolvimento.
Terra: Dentro dessa oportunidade de negócio no País, qual é o objetivo de vocês?
Paz: Queremos reduzir o trânsito, melhorar a mobilidade das pessoas e reduzir a emissão de poluentes.
Terra: E uma regulamentação dos patinetes vai ajudar ou prejudicar o propósito da empresa?
Paz: Acreditamos que a regulamentação é algo bastante positivo. É por isso que, tanto no Rio (de Janeiro), quanto em São Paulo, estamos sempre trabalhando junto com as autoridades para promover a micromobilidade.
Terra: Qual o efeito esperado dessas conversas com as prefeituras?
Paz: O patinete, em vários atributos, se assemelha muito a bicicleta. Então, a gente espera que esse diálogo ajude a promover não só o uso do patinete, mas também melhore a infraestrutura desses dois modais.
Terra: A ideia é colocar um holofote na baixa infraestrutura para micromobilidade?
Paz: Com certeza. Queremos mostrar a necessidade de melhorar a infraestrutura, dada a expectativa de crescimento da demanda por patinetes.
Terra: Quanto crescimento é esperado?
Paz: Os carros ocupam 85% das vias, muitas vezes atendendo uma pessoa só e em trechos curtos. Nossos dados mostram que, para cada três usuários da Lime, um deles substituiu a viagem de carro pelo patinete. Então, é uma perspectiva grande de demanda.
Terra: A demanda deve aumentar, assim como a concorrência. Qual o diferencial da Lime?
Paz: Nossos equipamentos têm um diferencial tecnológico. A nossa bateria tem maior duração, o freio é mecânico, dando maior conforto e segurança ao usuário, e nós temos parceiros relevantes, como o Google, em que você consegue pesquisar uma rota levando em consideração o patinete no trajeto.
Terra: Além dos diferenciais técnicos, o que a Lime traz para o Brasil?
Paz: Trazemos uma bagagem e um know-how de 100 cidades no mundo e 65 milhões de viagens. Estamos trazendo uma expertise mundial.
Terra: E como essa bagagem será usada em São Paulo, onde há problemas únicos de urbanismo?
Paz: Cada cidade representa um desafio diferente. Em cada lugar em que estamos, nós aprendemos algo de diferente. E, hoje, nós trabalhamos bem os nossos dados com as autoridades locais e as comunidades para identificar pontos que necessitam de infraestrutura.