O que três unicórnios fazem para manter o crescimento
Em palestra no CASE 2019, representantes da Creditas, Nubank e Stone contam como as três fintechs fazem para manter o patamar de inovação
As startups de serviços financeiros - conhecidas como "fintechs" - representam 4,24% das empresas nascentes no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Creditas, Nubank e Stone são nomes relevantes dentro desse panorama da chamada "nova economia" e estão no seleto grupo dos unicórnios - empresas que possuem valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. Em uma painel da Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (CASE), em São Paulo (SP), representantes das três companhias comentaram sobre as estratégias que estão utilizando para continuar estimulando o crescimento de seus negócios.
Uma das táticas utilizadas é a de empoderar o colaborador, criando estruturas organizacionais que deem autonomia para as funções do dia a dia. “Precisamos fortalecer sempre o ‘sentimento de dono’ nos funcionários”, afirma o sócio-diretor da Stone Pagamentos Bernardo Carneiro. Segundo ele, a solução que a Stone adotou foi criar pequenas equipes multifuncionais que lidam com frentes diferentes do negócio.
No caso do Nubank, a estratégia para manter o crescimento foi parecida, como conta o vice-presidente de operações do Nubank, Dennis Wang. “É sempre necessário olhar a estrutura organizacional para revisá-la”, diz. Wang chama a atenção para como a maneira que a empresa cria seus grupos de trabalho pode afetar a cultura corporativa e gera inovação. “A autonomia é importante para que o colaborador teste coisas novas, errem, e tentem de novo.”
Já para o fundador da Creditas, o espanhol Sergio Furio, a criação de processos simples é a grande chave para manter a produtividade e inovação dentro das empresas. “Empresas que crescem muito morrem quando você começa a criar burocracias”, afirma. De acordo com ele, quando companhias crescem e aumentam seu corpo de funcionários, o desafio passa a ser como tornar as tarefas menos complexas.
Para Carneiro, a questão da burocracia esbarra em outro ponto que também merece atenção para quem quer continuar crescendo com o negócio: a comunicação interna. “Depois de um tempo, passar a mesma mensagem da sua cultura organizacional se torna um grande desafio”, afirma. O segredo, diz ele, está em passar os valores da companhia de maneiras diferentes e criativas.