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Startup de brechó online Repassa recebe aporte de R$ 7,5 mi

Com mais de 31 mil pedidos no e-commerce em 2019, a startup quer expandir operações e transformar o consumo de moda no País

17 set 2020 - 05h11
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A startup de moda Repassa anunciou na última semana o recebimento de um aporte no valor de R$ 7,5 milhões, liderado pela Redpoint eventures, com participação da Bossa Nova Investimentos. Focada no setor de vestuário, a empresa funciona como um brechó online, com a operação de um e-commerce e de serviços de logística.

Com o aporte, a Repassa quer investir em uma expansão física do espaço de trabalho e triagem das roupas que recebe. Segundo o publicitário Tadeu Almeida, fundador da startup, a expectativa é que a nova sede consiga abrigar as demandas até o segundo semestre de 2021.

"Foi um investimento focado principalmente para a estrutura da nossa nova sede. A gente estruturou para crescer em 10 vezes o patamar desde quando a gente mudou, agora para comportar até 500 pessoas trabalhando".

Além disso, a startup vai investir em tecnologia no site de e-commerce, para facilitar navegação e compras, e apostar em uma parceria com fabricantes de moda, para gerar cupons em dinheiro para usuários da plataforma. Por enquanto, a startup tem parceria com a Malwee, mas já mira em uma grande varejista do mercado para os próximos meses.

Lançado em 2015 como um espaço para vender produtos usados, a Repassa foi o resultado do interesse de Almeida pela economia circular e da insatisfação com a profissão que exercia na época. Em 2017, a startup pivotou para atender apenas o mercado da moda, que tinha maior potencial para a equipe. "O mercado de usados me encantou no sentido do quanto a gente dilui o impacto ambiental gerado na produção quando a gente aumenta o ciclo de vida das coisas. Vendi minha participação na agência de publicidade que era sócio e investi", afirma.

É como um brechó dos tempos modernos: quem quer vender a sua peça de roupa usada deve solicitar uma "sacola do bem" por R$ 25, e enviar para a triagem da startup — todo o processo de entrega e retirada da sacola é responsabilidade da empresa. Depois de selecionadas e precificadas, as peças vão para o site e o dono recebe 60% do valor de venda do item — os outros 40% somam a comissão da startup.

No site, as peças começam com 50% de desconto sobre o valor original — podendo chegar à 90% — e variam de acordo com o estado em que se encontra. Segundo Almeida, depois de ter o valor estipulado, toda peça precisa da aprovação do dono no preço antes de ir para o site. Reajustes podem ser feitos dentro de uma margem de variação.

Com mais de 31 mil pedidos em 2019, a Repassa viu seus números aumentarem na pandemia, mesmo com a crise que se estabeleceu no país. O tempo livre que as pessoas tiveram em casa resultou em mais "desapegos" no guarda-roupa e fez com que a quantidade de "sacolas do bem" solicitadas pelos usuários subissem em 81% nos meses de maio, junho e julho.

"A gente teve uma boa surpresa. Esperávamos que fosse um bom período para a quantidade de produtos, mas não necessariamente nas compras. Mas tivemos um crescimento de 70% no volume de produtos comprados".

Para Almeida, além do menor impacto sobre a indústria têxtil, a startup também é uma forma de ajudar instituições. Todas as roupas que não são selecionadas para a venda no site são doadas à organizações, além da possibilidade do dono original da peça doar o valor de venda para essas instituições.

Agora, o desafio é continuar o crescimento com as "contas pagas", afirma o publicitário. Para o brechó online, cada operação, como fotografia, produção e cadastramento, é direcionada para apenas uma peça, diferente de um e-commerce tradicional, por exemplo, o que pode aumentar muito o custo dos processos.

"Um grande desafio que a gente tem é na operação complexa e custosa que é diluída em uma única peça. Precisamos ter eficientes o suficiente para que a conta feche tendo o custo diluído em apenas um item. Atrelar essa eficiência à qualidade de serviço é um grande desafio e um grande diferencial para nós", explica Almeida.

*É estagiária sob a supervisão do editor Bruno Capelas

Estadão
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