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Startup de venda de ingressos Ingresse levanta R$ 90 milhões

Com recursos, startup pretende fazer empréstimos a produtores, fazer aquisições e criar funções como venda de bebidas antes mesmo do evento começar; empresa cuida de 900 eventos por mês

9 dez 2019 - 19h19
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A startup de venda de ingressos para eventos Ingresse anunciou que está levantando cerca de R$ 90 milhões em recursos. Segundo o presidente executivo Gabriel Benarrós, em entrevista concedida ao Estado, a maior parte do dinheiro virá de cotas de direitos creditórios (FIDC), enquanto um pedaço será de uma rodada de aportes realizada na empresa virá de nomes como a startup americana Rival, o Grupo Globo, do fundo eBricks e da gestora de capital Endurance, que já apostou em nomes como Loggi e Rappi.

Segundo Benarrós, que também é cofundador da Ingresse, os recursos levantados serão utilizados em três frentes. A maior parte deles, que será destinado a um FIDC, deve ser utilizado para a criação de uma linha de crédito para os clientes da startup. "Queremos financiar os parceiros e produtores para que eles possam fazer eventos maiores e melhores", explica o executivo. A empresa também seguirá seu movimento de expansão por meio de aquisições - nos últimos meses, adquiriu companhias dedicadas a nichos como shows de rock e eventos universitários.

A terceira meta será o desenvolvimento de novas funções para o aplicativo da empresa. Uma das metas, por exemplo, é criar um serviço de venda antecipada de bebidas, a serem consumidas durante espetáculos e eventos. "Hoje, o usuário só usa nosso app quando busca um evento ou compra o ingresso. Queremos aumentar o engajamento para que ele esteja em contato com a Ingresse de várias formas", explica Benarrós. Um serviço de seguro ingresso - que pode ressarcir o consumidor em caso de algum problema - também está nos planos da startup.

Startup depois que empreendedor quase teve prejuízo de US$ 5 mil

Fundada em 2012, a startup nasceu depois que o manauara Benarrós correu o risco de ter um prejuízo de US$ 5 mil em um evento que organizou quando estudava na Universidade Stanford, um dos epicentros do Vale do Silício. Ao colocar os ingressos para venda na internet, porém, ele se livrou do problema e ainda teve uma ideia para começar o negócio. Ao ser incentivado por um professor, largou os estudos pela metade e voltou ao Brasil.

Questionado pelo Estado sobre planos específicos de expansão, o executivo disse que não tem metas específicas de contratação - hoje, a empresa tem 120 pessoas, divididas em escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro. Outras 180 trabalham como parceiros para a companhia, validando ingressos e atuando em bilheterias e pontos de venda físicos. "É como se fosse um motorista do Uber ou entregador da Rappi", explica Benarrós.

Ao todo, a companhia hoje cuida de cerca de 900 eventos por mês e vende em torno de 5 milhões de ingressos por ano, cobrando comissão variável por eles - para vendas online, a taxa é de 10%; em ingressos comercializados fisicamente, esse porcentual varia de 1% a 3%. "Queremos migrar cada vez mais usuários para o mundo online." Em 2019, a empresa deve encerrar o ano movimentando o equivalente a R$ 1 bilhão; para o ano que vem, a meta é dobrar o desempenho.

Estadão
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