Startup Solfácil demite 11% e busca maior eficiência em negócio de energia solar
Empresa focada em soluções para energia solar afirma que busca maior eficiência em áreas consideradas estratégicas
A startup Solfácil, que trabalha com financiamento e venda de equipamentos para painéis solares, cortou 11% de seu quadro de funcionários na última quarta-feira, 8, confirma a companhia ao Estadão. O número é o equivalente a cerca de 70 pessoas, segundo planilha que circula com o nome dos demitidos.
A empresa afirma que vai oferecer um pacote de benefícios às pessoas demitidas, como forma de "minimizar o efeito dessa movimentação na vida dos colaboradores", explica a startup em nota.
A Solfácil explica que os cortes são para focar em eficiência operacional e em áreas estratégicas da companhia. O negócio da startup, fundada em 2018, inclui financiamento de painéis solares, um marketplace especializado em produtos da área e a venda de um dispositivo inteligente para ser instalado nas casas.
Em setembro de 2022, a Solfácil levantou US$ 130 milhões, tornando-se um dos cheques mais parrudos de um ano conhecido pela escassez de aportes em startups no Brasil e no mundo.
Demissões nas startups
Ao contrário do período visto até 2021, as empresas de tecnologia vêm sofrendo pressão com a alta dos juros e o cenário inflacionário, que forçam os negócios de startups a se tornar mais eficientes e rentáveis diante de investidores avessos ao risco. Por isso, com objetivo de enxugar custos, demissões tornaram-se comuns em um mercado conhecido por contratar milhares de pessoas para manter o alto ritmo de crescimento.
Segundo levantamento do Estadão, somente no Brasil, cerca de 4 mil demissões em massa foram realizadas entre startups "unicórnios", clube de elite do mercado que diz respeito a pequenas empresas de tecnologia de capital fechado com avaliação superior a US$ 1 bilhão. Entre as 24 startups nacionais, 19 realizaram grandes cortes com fins de enxugamento de custos.
O quadro, porém, também atinge o mercado de startups de modo geral, sem incluir os unicórnios. A healthtech Alice cortou mais de 170 pessoas até dezembro de 2022, enquanto a Buser enxugou em 30% o pessoal, cerca de 165 funcionários, e a Pier dispensou 111 pessoas. Esses números, no entanto, não compõem o levantamento do Estadão.
Entre as grandes empresas de tecnologia, as demissões somam mais de 85 mil pessoas. Entre as Big Techs, realizaram cortes de milhares de pessoas a Microsoft, Google, Amazon e Meta.