Turbi aposta em aluguel de carro 'por hora' e sem limite de combustível
Com locação controlada por aplicativo, empresa permite que usuário escolha e devolva carro sem falar com ninguém, pagando apenas por pacotes de horas, não por diárias
Enquanto uma série de startups estão de olho no mercado de aluguel de carros para motoristas de aplicativo, há quem também se dedique a reinventar a locação de veículos para o consumidor final. É o caso da Turbi, startup paulistana fundada em 2017 e que deve encerrar 2019 com faturamento de R$ 8 milhões, com cerca de 500 carros em sua frota. Para conquistar os usuários, a empresa aposta numa combinação de facilidades tecnológicas com benefícios no bolso.
"Somos uma locadora digital: hoje, o usuário faz o cadastro e reserva o carro no app. Depois, vai até o local designado e abre o carro com o próprio app, sem precisar falar com ninguém", diz Diego Lira, cofundador e presidente executivo da Turbi. Para isso, a empresa tem uma plataforma de segurança entre os carros e seu aplicativo - já a chave fica mesmo dentro do veículo, em um sistema que permite que o aluguel seja feito 24 horas por dia, 7 dias por semana. Por enquanto, a empresa está apenas na cidade de São Paulo e usa estacionamentos privados como ponto de encontro entre motorista e veículo.
A devolução também é diferente: no lugar das agências com hora pra fechar das grandes locadoras, o usuário deve apenas entregar o veículo no mesmo local que buscou, fazendo uma revisão tirando algumas fotos e checagens do carro. Em vez de cobrar por diárias, como a maioria das locadoras faz, a Turbi cobra por pacotes de horas - de 12 em 12, mas abate o valor caso o usuário utilize apenas parte desse período contratado. O valor começa em R$ 10 por hora, no caso de veículos econômicos, e vai até cerca de R$ 40.
Cada quilômetro custa R$ 0,50, mas não há limite no uso do combustível - o usuário tem um cartão de reabastecimento à disposição quando aluga o carro e deve apenas devolvê-lo com pelo menos 25% do tanque cheio. "Temos um sistema que calcula se o uso do combustível foi além do normal", explica Lira. "Se usuário achar um posto no interior do País que só aceita dinheiro, ele pode tirar uma foto do comprovante e ser reembolsado." Para uma viagem de São Paulo a Santos, com duração de um final de semana, o executivo estima que a conta gire em torno de R$ 250.
Com cerca de 40 funcionários, a empresa deve contratar mais 20 pessoas nos próximos seis meses. O foco será na área de tecnologia, no qual estão um de seus diferenciais. "Preferimos contratar um desenvolvedor a ter dez pessoas no operacional", afirma o cofundador da Turbi. Um exemplo está na área de multas, que é totalmente informatizada. Ao receber o aviso de uma infração, o sistema da startup identifica qual era o condutor naquela hora e já cobra a multa no cartão, com a identificação do condutor.
Nos próximos meses, a Turbi pretende ainda captar uma nova rodada de investimentos, que deve turbinar o desempenho da empresa. A previsão para 2020, diz Lira, é de aumentar em dez vezes o tamanho da frota da startup, chegando a 5 mil carros - com isso, o faturamento projetado para o ano que vem é de R$ 100 milhões. Além de São Paulo, a empresa pretende atender também mercados como São José dos Campos, Campinas, Porto Alegre e Belo Horizonte até o fim de 2020.
Uma das formas de fazer a conta fechar é que a empresa não compra os veículos que aluga junto às montadoras, mas sim faz leasing dos modelos. "O fornecedor do carro é quem tem o trabalho de revender", diz Lira. Além disso, por conta das parcerias com estacionamentos, a empresa não gasta com a locação de agências. "Um espaço de mil metros quadrados em locais como a avenida Juscelino Kubitschek custa muito caro."