Zuckerberg irrita funcionários chineses por críticas ao país
Recente criticismo do presidente e fundador da rede social contra a China tem causado desconforto entre parte dos colaboradores
O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, nos últimos meses, tem adotado uma postura crítica contra a China e a empresa ByteDance, dona do aplicativo TikTok. O discurso do fundador da rede social americana tem sido cada vez mais agressivo contra uma suposta censura de conteúdos dentro de aplicações e redes sociais do país asiático.
No último mês, por exemplo, Zuckerberg fez um discurso na Georgetown University, em Washington, nos Estados Unidos, em que defendeu a liberdade de expressão dentro das redes sociais e fez críticas ao governo e às empresas chinesas.
Dentro de sua fala, o presidente do Facebook alfinetou o aplicativo chinês TikTok, dizendo que publicações de manifestantes de Hong Kong - críticos ao governo da China - estavam sendo censurados dentro do aplicativo chinês.
Conforme matéria do site americano The Information, publicada na última terça-feira (19), essa conduta de Zuckerberg estaria irritando a comunidade chinesa de colaboradores da empresa. A reportagem conversou com funcionários do Facebook que são do país asiático, mas que preferiram não se identificar.
A indignação estaria, de acordo com o site americano, vinculada a um episódio de suicídio de um funcionário chinês, no dia 19 de setembro deste ano. A repercussão interna do caso foi abafada pela empresa, que nos últimos meses tem pregado pela liberdade de expressão.
Embora os funcionários chineses tivessem pedido para conversar sobre o incidente, debatendo sobre como a cultura do Facebook estaria contribuindo negativamente para a saúde mental dos colaboradores, a empresa não abriu espaço para um diálogo.
A comunidade de funcionários asiáticos dentro do Facebook é expressiva, principalmente em funções como as de engenharia de software e ciência de dados. Segundo dados coletados pela reportagem do The Information, aproximadamente 42% dos empregados da empresa, que trabalham na sede de Estados Unidos, são de origem asiática.