Inteligência artificial ajuda a identificar câncer de mama, diz estudo
Grupo cujos exames foram lidos por um radiologista junto com IA teve 20% mais cânceres detectados
Pesquisadores da Universidade de Lund, Suécia, descobriram que a inteligência artificial (IA) pode ler "com segurança" exames de rastreamento de câncer de mama. O achado foi descrito em estudo publicado na Lancet Oncology na terça-feira (2).
O estudo envolveu mais de 80.000 mulheres suecas que fizeram mamografia entre abril de 2021 e julho de 2022. Metade dos exames foram avaliados por IA e, em seguida, por um radiologista, e metade por dois radiologistas, sem o uso da tecnologia.
Como resultado, o grupo cujos exames foram lidos por um radiologista junto com IA teve 20% mais cânceres detectados do que o grupo cujas mamografias foram lidas por dois radiologistas sem assistência técnica adicional.
Os exames apoiados por IA resultaram em uma taxa de detecção de câncer de 6 por 1.000 mulheres rastreadas, em comparação com 5 por 1.000 com a abordagem padrão.
Além disso, 36.886 menos leituras de tela por radiologistas no grupo AI em comparação com o grupo que recebeu tratamento padrão, resultando em uma redução de 44% na carga de trabalho dos radiologistas, disseram os autores.
No entanto, eles ressaltam que a inteligência artificial não está pronta para ser implementada no diagnóstico de câncer de mama. De acordo com Kristina Lang, autora do estudo, os resultados devem guiar a realização de novos testes e podem servir de base para análises de programas que lidam com a escassez de radiologistas em diversos países.
Ainda é necessário compreender como a combinação dos radiologistas com a inteligência artificial afeta o custo-benefício dessa tecnologia, diz ela.
"Eles (os estudos) não são suficientes por si só para confirmar que a inteligência artificial está pronta para ser implementada na triagem de mamografia", comenta.
O uso de IA não resultou em mais falsos positivos — quando uma mamografia é diagnosticada como anormal, embora não haja câncer — do que a análise humana. A taxa de falso-positivo foi de 1,5% em ambos os grupos.