Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Inteligência artificial pode ganhar espaço na transmissão de jogos de futebol

Tecnologia pode ser usada para levar partidas para TV e internet, mas dinamismo do jogo é desafio

12 set 2021 - 17h00
Compartilhar
Exibir comentários
A empresa israelense Pixellot usa inteligência artificial para substituir o cinegrafista na gravação de partidas de futebol
A empresa israelense Pixellot usa inteligência artificial para substituir o cinegrafista na gravação de partidas de futebol
Foto: Reprodução/Pixellot / Estadão

Não é só na prevenção de lesões e na contratações que a inteligência artificial (IA) pode marcar gols no futebol. Dentro de campo, um segmento que tem ganhado atenção da tecnologia é a transmissão de partidas, que busca por métodos de automação levar para as telas eventos que emissoras não podem estar 'in loco' para produzir.

A Pixellot, empresa israelense de IA, é uma das grandes apostas do mercado para levar um sistema automatizado para estádios e quadras, com transmissão feita por câmeras que atuam sem a operação humana. A partir de algoritmos, o sistema é capaz de identificar a bola, os jogadores e a área do campo em que o lance acontece. Assim, ela produz cortes, zooms e acompanha o movimento do jogo sem a ajuda de um cinegrafista, por exemplo.

Segundo Márcia Cintra, diretora da Pixellot no Brasil, o recurso já esteve em testes com a TV Globo em 2019 - a tecnologia foi usada no Maracanã. As negociações foram paralisadas, porém, por conta da pandemia — as câmeras seriam utilizadas em jogos de futsal já em 2020. Em contato com a reportagem, a emissora confirmou o teste com o equipamento.

"Não pretendemos substituir a produção de um clássico ou de um jogo de seleção brasileira, substituir pessoas. Porém, outros jogos - uma série C, por exemplo -, onde não há a estrutura de transmissão, interessam", diz Márcia ao Estadão.

Com o aumento dos serviços de streaming que oferecem transmissões de partidas de futebol, cresce também o interesse em ter um equipamento guiado por IA - principalmente em campeonatos menores.

Além disso, a implementação da tecnologia pode ocorrer pelos próprios clubes de futebol. Segundo Márcia, o interesse não só na comercialização do sinal, mas na própria análise da comissão técnica, é uma justificativa plausível para adotar a tecnologia.

"Com essa tecnologia o técnico não precisa nem sair de casa, ele assiste o jogo e faz a análise de performance dos garotos pela transmissão. O Barcelona, por exemplo, tem academias espalhadas pelo mundo e todas elas com tecnologia de IA. Todo mundo consegue assistir o que se passa nessas quadras, desde treino até campeonatos oficiais. Mas no Brasil tudo ainda está muito embrionário".

Para Paulo Sérgio Silva Rodrigues, professor de Ciência da Computação do Centro Universitário FEI, ainda há barreiras a serem dribladas para que a IA se torne um titular no futebol. Isso porque a tecnologia ainda não está totalmente adaptada à dinâmica do jogo. Na Escócia, por exemplo, uma transmissão foi prejudicada depois de uma câmera detectar um bandeirinha - ou melhor a sua careca - e confundir a imagem com a bola do jogo. Resultado: os telespectadores acompanharam a movimentação do auxiliar e não dos jogadores.

"Sabemos que essa tecnologia é limitada ainda, sobretudo em cenas muito dinâmicas e com muitos detalhes. Assim, é fácil esses algoritmos errarem. Mas eles estão evoluindo rapidamente. Quanto mais a tecnologia avança, mais detalhes específicos dos objetos da cena (jogadores, bola, até a plateia em geral) são analisados e informações mais precisas e completas serão geradas".

Ainda assim, Rodrigues acredita que o futuro reserva boas cotas para a presença da IA nas transmissões de futebol.

"Acredito que será bem rápida a chegada desse tipo de tecnologia para o público em geral. Essas ideias e soluções estão disponíveis para qualquer um. Então muitas startups podem logo competir entre si e até mesmo com as grandes empresas, o que pode fazer o preço cair", diz Rodrigues.

*é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade