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Inteligência artificial "revive" falecido com deepfake; saiba quanto custa

Na China, pessoas estão enfrentando o luto com a ajuda de avatares gerados por IA após a morte de um familiar

15 mai 2024 - 11h02
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Foto: Imagem de sujin soman por Pixabay / Flipar

Na China, é possível eternizar parentes falecidos através de inteligência artificial (IA). O mercado dos deepfakes de pessoas falecidas está avançando no país, ao ponto de ter reduções de valores e também de conseguir impulsionar o produto com novas tecnologias

De acordo com a reportagem da MIT Tech Review, ter essa possibilidade de “ressuscitar” algum familiar está ganhando corpo na indústria chinesa. O preço de ter esses avatares até diminuiu: antes, ter essa tecnologia significava um investimento de US$ 2000 a US$ 3000 (algo em torno de R$ 10,2 mil e R$ 15,4 mil na cotação atual). Atualmente, já é possível encontrar esse serviço por US$ 150 (próximo de R$ 770).

Isso acontece pois as companhias chinesas estão competindo pelo mercado de inteligência artificial e outros serviços digitais. Uma das empresas pioneiras nesse segmento de avatares IA de mortos foi a Silicon Intelligence, com sede em Nanjing. O cofundador, Sun Kai, pediu aos seus engenheiros que criassem um modelo de sua mãe, após ela falecer inesperadamente em 2019. 

No uso de deepfakes, as tecnologias utilizadas para replicar uma pessoa viva e uma falecida não diferem tanto. Modelos criam um avatar realista, que é capaz de se mover e falar, enquanto os Grandes Modelos de Linguagem (LLM) podem ser integrados para gerar conversas. 

Além disso, quanto mais dados são incorporados na IA sobre a vida de uma pessoa, com fotos, vídeos, gravações de áudio e textos, com mais precisão o “clone” vai imitar a pessoa, independente se ela está viva ou morta.

Mesmo com diversas informações para alimentar a IA, a tecnologia ainda está avançando. Os avatares podem ser rígidos, repetitivos e robóticos, mas conforme a ferramenta avança, os enlutados recebem algum tipo de conforto.

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Tradições

Na cultura da China, é uma prática comum ter um retrato de um parente falecido em casa, por alguns anos após sua morte. Segundo a reportagem do MIT Tech Review, Zhang Zewei, fundador da Super Brain, com sede em Xangai, quer renovar esse costume, com uma "moldura fotográfica de IA". 

Eles desenvolvem avatares de entes queridos falecidos, que então são carregados em um tablet Android. Assim, ganha a aparência de uma moldura fotográfica, na vertical. Os clientes podem optar por uma imagem animada que pronuncia palavras extraídas de um banco de dados offline ou de um grande modelo de linguagem.

Não seria o mesmo como outras tradições de culto aos ancestrais do país, como queimar incensos e escrever cartas aos entes queridos que morreram, mas é uma versão nova e moderna que pode ajudar pessoas a passarem pelo momento de luto.

Há considerações éticas em relação a esse tipo de produto, mas conforme a reportagem, o avatar IA só é feito com o consentimento explícito dos familiares.

Fonte: Redação Byte
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