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Apesar das polêmicas, Donald Trump não cansa de usar o Twitter

16 dez 2016 - 10h05
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Ele não tem tantos seguidores como Lady Gaga, mas Donald Trump está convencido das vantagens do Twitter para soltar suas controvertidas opiniões, sem fazer caso da cautela que lhe pedem seus assessores e até sua própria esposa.

Trump, que ganhou as eleições presidenciais do dia 8 de novembro nos Estados Unidos, recorre com frequência ao Twitter para criticar alguém, fazer ameaças, queixar-se de leis ou costumes, ou elogiar as pessoas que o elogiam.

Seus tweets são tão constantes que durante a última etapa da campanha eleitoral lhe pediram, tanto seus assessores como sua família, que evitasse recorrer a essa rede social porque às vezes lhe causava mais problemas do que as vantagens que buscava.

Mas, obstinadamente, Trump não deixou de fazê-lo e, após a vitória eleitoral, continua recorrendo às redes sociais para deixar claro quem é, o que pensa e antecipar algumas de suas propostas.

Em entrevista recente para a emissora "NBC", Trump se vangloriou de ter cerca de 40 milhões de seguidores juntos no Twitter e no Facebook, uma imensa audiência da qual não pensa em abrir mão, embora às vezes se volte contra ele.

"Francamente, é uma moderna forma de comunicação. Chego mais rápido que os comunicados de imprensa, e mais honestamente que alguns repórteres desonestos", se defendeu o presidente eleito.

E isso parece certo se forem comparados seus números com os de uma das artistas mais seguidas no mundo todo: Trump tem 17 milhões de seguidores no Twitter e Lady Gaga 64 milhões, e, no Facebook, a cantora é seguida por 61 milhões de pessoas e Trump por 16 milhões.

O impacto de seus tweets é instantâneo. De fato, quando na entrevista de quarta-feira da semana passada Trump destacou as vantagens do Twitter, as ações da companhia começaram a subir em Wall Street e terminaram o dia com alta de quase 7%.

Outras vezes, por outro lado, tem o efeito contrário, como quando se queixou pelo Twitter de como era caro o programa para construir o novo modelo do avião presidencial, o que gerou uma forte queda do valor das ações da Boeing.

Trump aproveita o Twitter para fazer críticas contra rivais políticos, dirigentes sindicais e, sobretudo, jornalistas ou veículos de comunicação que, segundo ele, não o tratam com justiça.

O jornal "The New York Times", por exemplo, foi um frequente alvo de suas críticas, ou de inveja: em uma ocasião disse que usar o Twitter é como "ser proprietário do 'The New York Times', mas sem perdas".

O uso que Trump faz das ferramentas sociais difere muito de Barack Obama, pelo menos antes deste assumir a presidência dos EUA, em 20 de janeiro de 2009.

Em novembro desse ano, Obama reconheceu que nunca tinha usado o Twitter. Hoje tem 80 milhões de seguidores em sua conta, @BarackObama, que usa indistintamente junto com @POTUS (President Of The United States), que será herdada pelo prolífico Trump.

O magnata foi advertido por seus assessores para que modere suas entradas no Twitter, porque algumas vezes geraram polêmicas que foram difíceis de resolver por quem o rodeia.

Até sua esposa o advertiu: "Se só escutasse... Disse muitas vezes, e agora só digo: 'Ok, faça o que quiser'. É um adulto, sabe as consequências", confessou Melania Trump em entrevista à emissora "CNN".

Algumas vezes outros pagam as consequências, como o caso revelado na semana passada pelo "The Washington Post" sobre uma jovem de 18 anos que enfrentou Trump durante um comício na campanha eleitoral.

Trump não gostou de que o criticassem, em um tweet qualificou a jovem como "arrogante" e supostamente paga por seus rivais, e ela foi intensamente assedida nas redes sociais e por telefone com ameaças e ofensas sexuais.

O presidente eleito, no entanto, pensa que, apesar de tudo isto, se "controla bastante" nos cerca de 34 mil tweets que enviou ou reenviou em sua conta, a @realDonaldTrump.

Uma conta na qual, embora tenha 17 milhões de seguidores, Trump só segue 41 pessoas ou instituições, incluindo seus parentes, sua organização empresarial, alguns meios de comunicação e, certamente, a marca Trump Golf.

EFE   
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