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Biden garante à Dilma que internet será muito mais segura

17 jun 2014 - 15h38
(atualizado às 19h55)
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O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi recebido nesta terça-feira pela presidente Dilma Rousseff, a quem disse ter dado garantias de que a Casa Branca "trabalha" para transformar a internet em "um meio muito mais seguro."

A reunião privada entre Biden e Dilma, em Brasília, foi o primeiro contato de alto nível entre os governos desde que, em meados do ano passado, o ex-analista da Agência Nacional de Segurança americana (NSA) Edward Snowden denunciou que os Estados Unidos espionou as comunicações pessoais da presidente, de ministros e de empresas brasileiras.

"Queremos transformar a internet em um meio muito mais seguro", garantiu Biden em uma breve declaração aos jornalistas na sede da Embaixada dos EUA em Brasília após o encontro com Dilma.

Biden explicou que teve uma "conversa muito franca" com a presidente sobre a espionagem e que detalhou as medidas que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, adotou depois de Snowden ter revelado o alcance global das agências de inteligência americanas.

Entre elas, citou que a Casa Branca ordenou realizar um "minucioso exame" sobre essas atividades e que "estendeu a todo o mundo a proteção da vida privada que as leis dos Estados Unidos garantem a seus cidadãos."

Ninguém do governo brasileiro comentou o resultado da visita de Biden, que chegou ao País ontem para assistir a partida de estreia da seleção americana contra Gana, ontem em Natal.

Por causa das denúncias de Snowden, que não foram negadas pelo governo dos Estados Unidos, Dilma suspendeu uma visita de Estado prevista à Washington em outubro.

A presidente também promoveu um debate sobre a espionagem na ONU, que terminou em dezembro com a adoção de uma resolução que reafirmou "o direito à privacidade" na internet, e convocou a uma conferência global, realizada em abril em São Paulo.

Nessa conferência, representantes de governos e da sociedade civil de 85 países defenderam estabelecer o direito à privacidade como um dos "princípios fundamentais" para a futura governança na rede.

Em uma aparente referência a essas iniciativas, Biden comentou que o Brasil "demonstrou liderança" em relação ao propósito da comunidade internacional de garantir os direitos de todos os usuários de internet e por estabelecer um sistema de governança global para a rede.

Em um agrado ao Brasil, Biden afirmou que os Estados Unidos decidiram "iniciar um processo para desclassificar os documentos sobre a atividade de seus agentes durante a ditadura" (militar brasileira 1964-85).

"Hoje entregamos alguns desses documentos, que serão colocados à disposição da Comissão da Verdade", que busca esclarecer as violações dos direitos humanos ocorridas durante o regime militar, declarou o vice-presidente dos Estados Unidos.

Segundo Biden, Estados Unidos e Brasil são "duas democracias muito fortes, com uma grande convergência de valores, e devem superar o passado para se concentrarem no futuro."

Nesse sentido, afirmou que o comércio bilateral alcançou ano passado US$ 100 bilhões, "um número que pode dobrar" caso aumente a cooperação em diversas áreas, e citou energia, ciência e a tecnologia, entre outras.

"Existe um potencial enorme para ampliar nossa sociedade", disse Biden, que seguiu viagem para a Colômbia, segunda escala de uma viagem pela América Latina que inclui visitas à República Dominicana e à Guatemala.

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EFE   
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