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Internet

Com Larry Page, o que o futuro guarda para o Google?

10 abr 2011 - 08h53
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Rafael Maia

No dia 4 de abril de 2011, o pioneiro e um dos fundadores do Google, Larry Page, voltou ao cargo mais importante da companhia: CEO, o chefe-executivo, aquele que decide os rumos da empresa. E quando se fala de Google, decide também o próprio rumo do que estará em voga pelos próximos anos no mundo da tecnologia. O que poderia ser a estreia de uma nova era para a companhia, na verdade, trata-se de um regresso ao passado. Ou melhor, trata-se de uma busca por aquilo que o Google nunca conseguiu ser desde a criação em 1998: um bom vendedor de solução de produtos para os usuários da web.

Page assume com a responsabilidade de produzir inovações para facilitar o dia a dia dos usuários
Page assume com a responsabilidade de produzir inovações para facilitar o dia a dia dos usuários
Foto: Reuters

É com essa missão, a de produzir inovações para facilitar o dia a dia dos usuários, que Larry Page assume. Pelos últimos 10 anos, o agora ex-CEO Eric Schimidt, responsável por levar a companhia a se tornar uma potência da pesquisa online e posicionar o Google não só como a maior companhia de tecnologia do mundo como também aquele que todos querem ser, falhou em um ponto: a criação de produtos bons, inovadores e, principalmente, úteis. No meio da febre do Twitter e do Facebook, quem precisa de um tal de Google Buzz e Google Dodgeball, que tinham funções muito parecidas com mídias sociais já estabelecidas, só que mais mal pensadas? E não para por aí: quem, em sã consciência, no auge da discussão da liberdade, do alcance e da múltipla voz que o usuário ganha hoje com a web criaria uma ferramenta autoritária para centralizar e-mail, mensagens instantâneas, serviços wiki e mídia social? O Google fez, e já matou. Aliás, foi morto pelo mercado. O "revolucionário" Google Wave nasceu em 2009 e, após um ano, a empresa anunciou o fim da ferramenta.

Longe de questionar as decisões de Eric Schmidt como CEO, que eram empresariais, o fato é que o Google se fortaleceu como uma companhia que lançava soluções inovadoras - e não necessariamente produtos. Ao assumir o cargo, a primeira medida de Page foi dar mais poder aos executivos, para que eles ajam de forma mais autônoma, menos dependente das diretrizes empresariais do Google e, principalmente, do mercado. O que parece um tiro no pé, na verdade, acaba transformando a empresa novamente naquilo que ela nasceu para ser: um lugar de inovação, de ideias simples, postas em prática de uma maneira também simples e essencialmente úteis.

Não se trata, no entanto, de novidade neste meio. Colocar o poder na mão dos executivos e gritar para o mundo "nós somos inovadores, nós pensamos diferente, junte-se a nós" é o que Steve Jobs e a Apple fazem desde sempre. O que muda aqui é que, por mais óbvia que possa soar a afirmação, o Google não é a Apple. A Apple se construiu em torno desta imagem. O Google esboçou esta imagem no início, encontrou um nicho de mercado e se expandiu dentro dele, tornando-se para o setor de buscas e localização online o que a Microsoft é para o mercado de eletrônicos e softwares, dentro do qual a Apple se destaca não por ser a voz dominante, porém inovadora.

O Google, então, precisa correr contra o tempo - o mesmo tempo que fez a empresa ser a melhor do mundo. E embora seja contraditório, Page parece ter aprendido que para empreender uma mudança estrutural em uma empresa com uma imagem tão consolidada como o Google é preciso ser, por assim dizer, gentil ao dar passos de bebê. Foi assim que, há duas semanas, a empresa anunciou o primeiro passo à la Page no mundo das mídias sociais: o Google + 1, um serviço tímido que, de forma inteligente, alia aquilo em que a companhia é um gênio com aquilo em que ela nunca se deu muito bem. O +1 permite que o usuário "curta" um resultado e compartilhe com os amigos. Quais são as possibilidades de uma solução como esta não funcionar? Não é leviano afirmar que são as mesmas possibilidades de as pessoas deixaram de usar o Google como ferramenta de pesquisa ou deixarem de querer contar curiosidades para os amigos.

O fato é que Page tem um desafio - ou problema - que ele mesmo criou pela frente. Para além da consolidação do sistema operacional para smartphones Android como um produto, motivo pelo qual, aliás, o sistema começou a ser fechado, Page trabalha para um novo futuro para o Google, tentando torná-lo ainda mais essencial para o dia a dia das pessoas do planeta. E se há uma pessoa no mundo que pode fazer isso é Larry Page, o homem dos produtos do gigante das pesquisas.

Fonte: Terra
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