Com opção mensal de R$ 14,90, Spotify chega ao Brasil
"Estamos certos que os fãs vão poder usar um serviço legal. Com os artistas sendo pagos", disse Gilberto Gil sobre a plataforma
O Spotify foi lançado oficialmente nesta quarta-feira no Brasil, com uma opção gratuita e outra paga por R$ 14,90 (US$ 5,99 - pagamento direto no cartão de crédito). No modo sem pagar, o usuário tem propagandas e qualidade de som razoável. Na modalidade paga, não há propagandas, a qualidade de som é melhor e existe a opção de baixar a música e ouvir ela fora da rede, offline.
Embora tenha Amazon e Apple como principais concorrentes, o responsável pela operação do Spotify na América Latina, Gustavo Diament afirmou que o principal desafiante do Spotify é a pirataria. “Para competir com pirataria, você precisa entrar no território da pirataria. Não adianta falar com os legisladores, você precisa entrar no território da música grátis”, disse o executivo ao explicar o modelo de negócios da empresa, que já pagou US$ 1 bilhão à indústria fonográfica e a artistas.
Para ele, que também fará a gestão da empresa no México, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia e Uruguai, o trabalho do Spotify não está em disputar mercado com os concorrentes oficiais, mas aumentar “a torta”, o tamanho da participação da companhia no mercado.
Apenas nos testes, desde o começo do ano no Brasil, a plataforma de música digital conseguiu atingir 400 mil usuários no País. A companhia espera que dos usuários do serviço gratuito, 25% tornem-se usuários pagos.
O evento de lançamento da plataforma de música digital ainda teve a presença dos músicos Marcelo Jeneci, Gaby Amarantos e Fernanda Takai.
Amarantos falou sobre o passado no Pará e começo da música, além de lembrar-se da pirataria no começo de sua carreira.“Eu venho de um modelo de música pirata, mas isso já está mudando - mesmo no Pará. Quando comecei faltava esse tipo acesso, de espaço para o músico”, explicou a cantora.
Outro artista, Gilberto Gil enviou um depoimento por vídeo relatando que um sistema legalizado como Spotify pode fazer a diferença para o consumidor e para os músicos. “É muito satisfatório saber que meus fãs podem ter acesso à minha música gratuita”, disse o ex-ministro da cultura do governo Lula. “Estamos certos que os fãs vão poder usar um serviço legal. Com os artistas sendo pagos”.
Atualmente em 57 países, o Spotify tem 40 milhões de usuários ativos em todo mundo, sendo que 10 milhões pagam pelo serviço que dispõe de 30 milhões de músicas, 20 mil músicas inseridas diariamente e um bilhão de listas musicais (playlists).
Falha de segurança, atraso e tecnologia
Um dia antes do lançamento, o Spotify teve uma quebra de segurança em seus servidores. Para o responsável pela operação na América latina, Gustavo Diament, isso não assustará os usuários brasileiros. “Nós tomamos a decisão certa, comunicamos o erro. O usuário deve ter acesso às informações da empresa”, afirmou.
Sobre o atraso da plataforma, que estava tentando entrar oficialmente no Brasil desde 2013, Diamenti explica que a empresa entrou no “tempo certo”. “Se não tiver o algoritmo pronto, curadoria das listas musicais, social engine, catálogo, a gente não lança. E nós esperamos ter tudo isso”, afirmou. “Claro que nos queríamos ter lançado antes, mas não entendo como um atraso”.
O executivo ainda afirmou que a empresa espera uma melhora na infraestrutura de redes e no barateamento de smartphones para “emancipar” a música digital no País. “A melhoria da infraestrutura e o barateamento de smartphones pode ajudar no crescimento do Spotify no Brasil, pois o Brasil é um mercado que adota tecnologia muito rápido”.
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