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Egípcios driblam bloqueio da internet com tecnologia 'retrô'

31 jan 2011 - 19h41
(atualizado às 19h58)
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Aparelhos com tecnologias já antigas como máquinas de fax, aparelhos de rádio amador e modems discados estão ajudando manifestantes egípcios a evitar o bloqueio imposto pelo governo à circulação de informações.

Egípcios, que estão sob censura do governo, estão revivendo tecnologias já ultrapassadas, como o fax e a internet discada
Egípcios, que estão sob censura do governo, estão revivendo tecnologias já ultrapassadas, como o fax e a internet discada
Foto: AP

No dia 27 de janeiro, a internet foi quase que inteiramente bloqueada no Egito por ordem do governo, devido à onda de protestos contra o regime do presidente Hosni Mubarak. Mas nessa situação, as tecnologias "velhas" continuaram funcionando e provaram ser uma saída para os manifestantes.

Por meio delas os ativistas estão tendo acesso a informações vindas do exterior e também circulam dicas sobre como evitar mecanismos de controle de informação dentro do Egito.

Listas de números
Modems discados têm sido uma das mais populares rotas para que os egípcios consigam utilizar a internet. Extensas listas de números internacionais que podem ser conectados aos aparelhos estão circulando no Egito, graças a ativistas da internet.

Provedores de internet em vários países como França, Estados Unidos, Suécia e Espanha montaram redes de modems que aceitam chamadas internacionais de modo a receber e passar informações para os manifestantes. Muitos até abriram mão da cobrança de taxas para permitir que mais pessoas se conectem.

Mas são poucas as linhas telefónicas egípcias que permitem realizar chamadas internacionais que permitam uma conexão com os modems. O blog Manalaa deu dicas sobre como usar conexão discada utilizando bluetooth, um telefone celular e um laptop. De acordo com o blog, o custo das chamadas internacionais pode ser "caro", mas ele é bom o suficiente para "comunicação urgente". O texto foi publicado em vários blogs, copiado e enviado por muitos outros.

O grupo We Re-Build, que milita por acesso de internet sem monitoramento em toda a Europa, disse que também está acompanhando algumas frequências de rádio amador e que vai repassar quaisquer mensagens recebidas, seja por voz ou por código morse.

Máquinas de fax também vêm sendo utilizadas por ativistas online e outros que buscam contactar pessoas dentro do Egito e passar informações sobre como restaurar o acesso à internet. O grupo de ativistas da internet conhecido como Anonymous, por exemplo, vem utilizando faxes para passar informações para estudantes em diversas escolas do país.

Ajuda internacional
Apesar de a maior parte das conexões de internet do Egito ter sido suspensa, o provedor egípcio Noor parece ter ficado online em grande parte porque ele conecta a Bolsa de Valores do país e as filiais egípcias de muitas empresas ocidentais com outras nações.

Relatos vindos do Cairo sugerem que muitas empresas e pessoas que são assinantes do Noor retiraram as suas senhas, de modo a permitir que outros possam "pegar carona" em suas conexões Wi-Fi. Militantes também divulgaram um documento intitulado Vinte Maneiras de Contornar o Bloqueio da Internet pelo Governo Egípcio, contendo as formas mais eficazes de permitir que a população do país troque informações.

Alguns egípcios relataram ter conseguido utilizar sites como Google, Twitter e Facebook utilizando os endereços numéricos desses sites em vez de o nome deles em inglês. As redes de telefone celular também não escaparam à interferência oficial. Na sexta-feira, a companhia Vodafone Egypt disse ter sido bloqueada em algumas áreas, assim como todas as demais operadoras do país.

Para contornar esse bloqueio, ativistas fizeram circular os telefones de centrais de envios de mensagens, o que permitiu que alguns locais seguissem usando serviços como o Twitter.

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