Forças Armadas possuem centro para segurança cibernética
É em um espaço de 1,6 mil metros quadrados no Quartel General do Exército Brasileiro, em Brasília, que 140 especialistas em computação têm a missão de promover a governança para proteger as redes estratégicas do País. Trata-se do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), órgão novo cujo núcleo foi criado na reta final do governo Lula.
A segurança de dados vem sendo um tema recorrente no governo desde que veio à tona a revelação de que os Estados Unidos, por meio da Agência Nacional de Segurança (NSA), espionou milhões de e-mails e telefonemas de brasileiros. O tema vem sendo objeto de reuniões do governo, que tem contado com a presença do ministro da Defesa, Celso Amorim, pasta à qual o Centro está subordinado.
"O Exército começou a investir de modo a proteger as suas redes informatizadas. A nossa mentalidade em relação ao programa é predominantemente defensiva", explicou ao Terra o responsável pelo órgão, general José Carlos dos Santos, antes das denúncias que estremeceram a relação entre Brasília e Washington. "A partir do momento em que as armas cibernéticas estão sendo desenvolvidas e empregadas no mundo, como um todo, nós precisávamos nos precaver então para que o acesso às nossas redes tivessem sua proteção aumentada."
Apesar de estar fisicamente localizado na estrutura do Exército, o CDCiber é um órgão misto e conta com especialistas de outras forças armadas. A gestão está com o Exército devido a sua capilaridade – a força tem 650 pontos de presença no País.
O Centro de Defesa Cibernética ainda está em fase de estruturação. Para isso, conta com um orçamento de R$ 400 milhões até 2016. O montante é considerado "suficiente" para as ações que estão sendo instaladas. Os recursos possuem diversas fontes de recursos de órgãos federais interessados na segurança digital, como por exemplo, o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Para efeitos comparativos, os Estados Unidos hoje possuem um centro similar com 1 mil especialistas e já anunciaram que vão quadruplicar o quadro de funcionários. O governo brasileiro alega que a comparação não é justa, uma vez que por se tratar da maior potência do mundo, os EUA são alvo mais recorrente de ataques cibernéticos.