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Grupo convida público a "hackear o governo" e promover transparência

13 fev 2013 - 10h56
(atualizado às 10h56)
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O grupo Transparência Hacker lançou um concurso este ano incentivando os participantes a "hackear o governo". Na verdade, a ideia não envolve nada ilegal, é apenas um chamariz para o público - o cartaz, baseado em uma meme da web, é sugestivo: "fique calmo e hackeie o governo". O lançamento foi feito na Campus Party Brasil, que se encerrou no último domingo.

"Fique calmo e hackeie o governo", diz cartaz inspirado em meme, embora ação seja em parceria com o poder público
"Fique calmo e hackeie o governo", diz cartaz inspirado em meme, embora ação seja em parceria com o poder público
Foto: Déborah Salves / Terra

A proposta era usar dados de um órgão estatal disponíveis na rede para criar um aplicativo de interesse público, explica Daniela B. Silva, uma das coordenadoras do concurso Dados Governamentais Abertos, lançado na terça-feira. "Esse hackathon (maratona hacker) segue a mesma lógica de outros que fazemos desde 2009: usar a habilidade técnica da comunidade para criar algo que melhore a vida das pessoas a partir de dados públicos", explica.

A maratona foi criada especialmente para a Campus Party Brasil 2013, por causa da "grande quantidade de gente bacana", explica a coordenadora. "Acabamos descobrindo que também tem muita gente fazendo muita coisa ao mesmo tempo, por isso resolvemos prolongar o prazo de entrega. Afinal, o resultado é sempre um jogo de ganha-ganha", continua. A data final, que seria no sábado passado, foi postergada para dia 15, às 23h59.

Vale qualquer ideia

Vale qualquer ideia, usando bases disponibilizadas pelos órgãos públicos, compiladas por ONGs ou mesmo extraídas pelo hacker de um site oficial. "O objetivo é incentivar o governo a publicar dados abertos ao ver que eles podem ser úteis à população", resume Daniela.

Até sábado, cinco projetos estavam inscritos. Como o prazo vai se estender para depois do fim do último dia do evento, será possível participar à distância também. A premiação inclui R$ 1 mil para o projeto vencedor. Como o objetivo é a transparência dos dados públicos, os outros projetos também vão ser disponibilizados no site oficial do concurso.

Os principais critérios avaliados serão interesse público, qualidade técnica, criatividade, facilidade de uso e abertura do projeto - a documentação é enviada junto com a inscrição. "Número de pessoas beneficiadas com o aplicativo, facilidade de uso e possibilidade de ser replicado em outros lugares são critérios que vamos levar em conta", enumera Daniela. O júri é formado por quatro representantes do governo envolvidos em projetos de transparência de dados públicos. Mais detalhes do concurso estão no site oficial.

O hackathon Dados Governamentais Abertos é parte de uma programa entre a comunidade Transparência Hacker e a Controladoria-Geral da União, através da ONG Laboratório de Cultura Digital.

Campus Party Brasil 2013

A sexta edição da Campus Party Brasil, uma das maiores festas de inovação, tecnologia e cultura digital do mundo, acontece entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro no Anhembi Parque, em São Paulo. Na Arena do evento, 8 mil pessoas têm acesso à internet de alta velocidade e a mais de 500 horas de palestras, oficinas e workshops em 18 temáticas, que vão desde mídias sociais e empreendedorismo até robótica e biotecnologia. Cinco mil desses campuseiros passam a semana acampados no local.

A 6ª edição traz ao Brasil nomes como o astronauta Buzz Aldrin, um dos primeiros homens a pisar na Lua, e o fundador da Atari, Nolan Bushnell. Em sua sexta edição em São Paulo, a Campus Party também teve no ano passado a primeira edição em Recife (PE). O evento acontece ainda em países como Colômbia, Estados Unidos, México, Equador e Espanha, onde nasceu em 1997.

Nas edições brasileiras anteriores, o evento trouxe ao País nomes como Tim Berners-Lee, o criador da Web; Kevin Mitnick, um dos mais famosos hackers do mundo; Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos; Steve Wozniak, que fundou a Apple ao lado de Steve Jobs; e Kul Wadhwa, diretor-geral da fundação Wikimedia,que mantém a Wikipédia.

Fonte: Terra
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