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Nenhum país está preparado para ciberataques, diz general brasileiro

10 jul 2013 - 15h58
(atualizado às 15h59)
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Apesar dos investimentos em segurança cibernética no País, o governo tem ciência de que as redes e os serviços estratégicos não estão imunes a ataques. É o que revelou ao Terra o general José Carlos dos Santos, responsável pelo Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), em conversa anterior à tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos desencadeada pela revelação de que os americanos espionaram e-mails e telefonemas de brasileiros.

O coronel considera improvável uma verdadeira guerra cibernética, na qual ataques massivos são realizados a fim de instalar o caos em setores e sensíveis  de um país (como energia ou telecomunicações), mas pontua que invasões em tempos de paz podem ser usadas para coletas de informações estratégicas.

"O atacante conhece uma vulnerabilidade de penetrar numa determinada rede e guarda consigo esse segredo. Num momento oportuno, ele penetra na rede para obter informações ou mesmo para neutralizar essa rede", explica, referindo-se ao que na defesa cibernética se conhece como Zero Day Vunerabilities.

"Nenhum país no mundo está hoje preparado para resistir (a ataques massivos), a não sei que ele seja pouco dependente de computadores e, como consequência, é um país atrasado tecnologicamente", afirmou dos Santos.

O governo brasileiro afirma ser favorável a acordos internacionais que inibam armas cibernéticas e garante que a política brasileira no setor é apenas defensiva. Mesmo assim, no ano passado, técnicos do CDCiber realizaram uma simulação de guerra cibernética.

"Quando nós falamos em curso de guerra cibernética, o objetivo principal é habilitarmos os técnicos a reconhecer as ferramentas, as vulnerabilidades. E se ele conhece as ferramentas de ataque, ele passa a ser capacitado a ter o desenvolvimento de novas ferramentas. Mas não temos nenhuma intenção de desenvolver essas armas cibernéticas. A nossa política é de defesa", afirmou o coronel.

O CDCiber foi criado em 2010 e regulamentado em 2012. Hoje conta com uma estrutura provisória de 1,6 mil metros quadrados no Quarte General do Exército e orçamento de R$ 400 milhões para estruturação de funcionamento nos primeiros quatro anos. O número de profissionais que trabalham na área de governança cibernética é de 140 especialistas, enquanto os EUA possuem uma estrutura similar com 1 mil técnicos e promessa de expansão para 4 mil.

Fonte: Terra
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