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R.Unido espionou webcams de usuários do Yahoo!, segundo "The Guardian"

27 fev 2014 - 13h29
(atualizado em 28/2/2014 às 17h42)
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A agência de espionagem britânica interceptou e armazenou imagens de webcams de mais de 1,8 milhões de usuários do Yahoo! com ajuda da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), informou nesta quinta-feira o jornal "The Guardian", que cita documentos confidenciais.

De acordo com o jornal britânico, as imagens, que eram coletadas através de um programa informático específico do GCHQ (o centro de escutas britânico), o chamado "Nervo Ótico", eram removidas das webcams de computadores de pessoas que não eram suspeitas de nenhum delito.

Os documentos da GCHQ, filtrados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden, indicam que o citado programa recolheu imagens estáticas procedentes de chats do Yahoo! entre 2008 e 2010, as quais eram armazenadas em bases de dados das agências de espionagem.

Segundo a denúncia do "The Guardian", a seleção das imagens não levava em consideração se os indivíduos espionados representavam um alvo ou não para os serviços de inteligência.

Essa informação faz parte dos documentos vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, asilado em Moscou desde 23 de junho de 2013 após ter revelado dados do programa de espionagem em massa dos EUA.

Neste novo caso, em um período de seis meses durante o ano de 2008, a agência britânica recolheu imagens de webcams de mais de 1,8 milhões de contas do Yahoo! por todo o mundo, entre as quais continham quantidades substanciais de comunicações de tipo sexual explícito.

Quando o jornal entrou em contato com o Yahoo! - o segundo maior servidor de e-mail do mundo depois do Gmail - o gigante tecnológico, segundo o "The Guardian", reagiu com indignação.

O Yahoo!, por sua vez, negou ter tido conhecimento prévio desse programa informático e acusou às agências de espionagem de empregar "um novo nível de violação da privacidade" de seus usuários.

Os documentos secretos também revelam as dificuldades da GCHQ para manter grandes quantidades de imagens com conteúdo sexual explícito, recolhidas pelo citado programa, fora do alcance da visão de seus empregados.

O programa em questão, segundo revelam os documentos, começou a ser utilizado em 2008 e seguiu ativo até 2012, sendo utilizado em experimentos de reconhecimento facial para supervisionar alvos existentes da agência de escutas britânica.

Esse tipo de busca podia ser usada, aparentemente, para tentar encontrar suspeitos de terrorismo ou delinquentes que faziam uso de diferentes documentos de identidade. No entanto, os documentos filtrados indicam que os usuários cujas webcams eram interceptadas não eram selecionados.

EFE   
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