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Sequestro de dados cresce na América Latina

20 mai 2016 - 15h11
(atualizado às 15h18)
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Brasil, México e Peru foram os países da América Latina que em 2015 registraram mais ataques diários do tipo "ransomware", nos quais o cibercriminoso pede "um resgate" à vítima para desbloquear seus equipamentos, segundo um relatório divulgado esta semana que alerta sobre o crescimento deste crime na América Latina.

Nestes ataques todo o conteúdo digital da vítima é encriptado e mantido como 'refém' até que um resgate seja pago
Nestes ataques todo o conteúdo digital da vítima é encriptado e mantido como 'refém' até que um resgate seja pago
Foto: Agência Brasil

"Nestes ataques todo o conteúdo digital da vítima é encriptado e mantido como 'refém' até que um resgate seja pago", informa o Relatório sobre Ameaças à Segurança na Internet da Symantec, apresentado em Bogotá e no qual se destaca uma "profissionalização do crime eletrônico" em nível mundial.

O especialista em proteção e segurança eletrônica Felipe Silgado disse à Agência Efe que, embora a fraude através de e-mails ou páginas falsas continue sendo o principal crime cibernético na América Latina, o "sequestro de dados" está crescendo exponencialmente, com um aumento de 35% no mundo.

O estudo mostra que os Estados Unidos é a nação com maior número de ataques "ransomware" diários, com 56,2% do total, seguido por Alemanha (14%), Reino Unido (5,2%), Canadá (3,8%) e França (2,5%).

Na América Latina, o ranking é liderado pelo Brasil, que com 72 ataques por dia detectados em 2015 (0,17% do total diário global) ocupa a 22ª posição no mundo.

Em seguida vem México em 25º lugar, com 66 ataques (0,15% do total); Peru em 52º, com 14 ataques (0,03%); Argentina na 60ª posição, com nove ataques (0,02%); e Chile e Colômbia, com sete ataques cada um ao dia (0,02%).

"O 'ransomware' atacou não só os computadores, mas também os smartphones, com cibercriminosos procurando qualquer dispositivo conectado à rede que possa ser mantido como refém para obter um benefício. Isto mostra que as empresas são o próximo alvo", mostra o relatório da Symantec, que oferece soluções de segurança eletrônica.

O estudo também alerta de uma "profissionalização" dos cibercriminosos, que, após encriptar a informação de um equipamento, oferecem o "serviço de suporte" para facilitar o pagamento do resgate às vítimas, com quem tendem cada vez mais a se comunicar diretamente pela tela do computador.

"Detectamos, após analisar a frequência dos ataques, que estes bandidos virtuais trabalham através de call centers, escrevem documentos e até descansam no fim de semana e tiram férias. Por isso já vemos isso como uma profissão", advertiu Giovanny Posada, gerente para a Colômbia da Symantec.

No caso das centrais de atendimento, os criminosos fazem agora com "que as vítimas telefonem para pagar a extorsão", mostra o relatório.

Embora especialistas colaborem frequentemente para dissuadir os delinquentes e ofereçam ferramentas de restauração de arquivos, "o trabalho contra o ransomware está na prevenção, com educação para não se cair em fraudes, pois após um sequestro de dados muito pouco pode ser feito para recuperar a informação", disse Posada.

"O aumento do uso de dispositivos móveis em nossa vida diária para trocar mensagens e dados, assim como para ter acesso e controlar contas bancárias, também teve como resultado o aumento de oportunidades de exploração para os cibercriminosos", afirmou recentemente à Efe Daria Loseva, especialista em Análise de Spam da Kaspersky Lab, outra firma especializada em cibersegurança.

"Por tal razão, os usuários de dispositivos móveis têm que estar atentos e não baixar a guarda, já que as atividades dos criminosos virtuais nesta área é muito provável que aumente, junto com nossa dependência dos dispositivos", acrescentou.

EFE   
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