iPad 'monstro' e iMac colorido: veja tudo sobre o primeiro evento da empresa em 2021
Com nova atualização, tablet atinge patamar técnico de notebooks, mas preço é altíssimo: dispositivo pode custar até R$ 30 mil
Conforme antecipado pela assistente virtual Siri na semana passada, o primeiro evento da Apple em 2021 aconteceu nesta terça-feira, 20. Entre as principais novidades estão uma versão 'monstro' do iPad Pro, que o coloca no mesmo patamar de notebooks, e a linha colorida de iMac, que parece fazer tributo aos clássicos modelos comercializados no final dos anos 90.
Turbinando o iPad Pro, a Apple anunciou que o chip M1, o mesmo de seus computadores, chega para a família de tablets mais parruda da empresa. Eles vão custar a partir de US$ 800 (tela de 11 polegadas) e US$ 1.100 (tela de 12,9 polegadas). No Brasil, os preços colocam os fãs da marca para chorar: o iPad Pro de 11 polegadas custa a partir de R$ 10,8 mil. Já o iPad Pro de 12,9 polegadas começa em R$ 14,8 mil e pode chegar a até R$ 30 mil.
Com uma CPU de 8 núcleos, o dispositivo tem um salto de 50% em velocidade em relação ao iPad Pro 2020 e até 75% em relação ao primeiro iPad Pro. A GPU entrega 40% mais velocidade em relação ao modelo anterior e até 1.500 vezes mais rápida em relação ao primeiro iPad Pro, preparando o modelo para trabalhos com realidades aumentada e virtual.
Os iPads Pro ganharam possibilidade de armazenamento de até 2 TB, duplicando o número em relação ao modelo anterior. E, como já anunciado nos últimos iPhones 12, o novo tablet recebe a possibilidade de tecnologia 5G, o que permite que o aparelho alcance novas velocidades de conexão. A memória pode atingir 16 GB - é um marco para a categoria e para a Apple, que normalmente não revela a quantidade de memória dos seus dispostivos.
A tela do iPad maior têm a tecnologia XDR, que traz cores mais brilhantes e maior contraste. Até agora, o recurso estava disponível somente nos iMacs da empresa. Ou seja, é mais um passo para colocar o dispositivo em um patamar técnico altamente elevado.
Outro recurso é que a tela agora é de mini-LED, saindo do LED dos modelos anteriores para aperfeiçoar a imagem. A Apple afirma que o modelo de 12,9 polegadas tem mais de 10 mil mini-LEDs, em comparação aos 72 LEDs nos modelos anteriores, sem ocupar tanto espaço de tela, garantindo que o aparelho continue fino. O modelo de 11 polegadas continua no LED tradicional.
A câmera frontal do iPad Pro ganhou uma lente ultra-angular de 12 MP para turbinar videochamadas no que a Apple chamou de "Palco Central": com a lente especial para espaços abertos, o sistema de inteligência artificial do tablet vai acompanhando o usuário e "fecha" a câmera no rosto das pessoas que aparecem na tela - é um recurso já visto em aparelhos da linha Echo, da Amazon. No vídeo de divulgação apresentado pela Apple, um homem e uma criança dividem uma bancada de cozinha e a câmera acompanha a movimentação dos dois no espaço, sem que o tablet saia do lugar.
Por fim, a língua portuguesa ganhou compatibilidade com a função Scribble. Nela, o usuário utiliza o Apple Pencil escrever um texto em letra de forma e o sistema converte a anotação em fonte nativa do aplicativo — uma espécie de digitalização de rabiscos.
Para Dan Ives, analista da consultoria Wedbush, devido aos efeitos da pandemia, a "renascença" de novos usuários de iPad deve ganhar um impulso com essa nova atualização. "Estimamos que menos da metade dos usuários de iPad em todo o mundo passaram por uma atualização no ano passado. Os novos iPads devem liberar alguma clara demanda reprimida pelo produto nos próximos trimestres, dando à Apple outro produto favorável", escreveu ele a investidores.
iMac
Custando a partir de US$ 1.300, os iMacs receberam uma mudança enorme de design, a primeira em anos. Apostando em um visual com cores (que acena aos clássicos modelos do fim dos anos 90), os novos computadores desktop da Apple são mais compactos, têm tela de 24 polegadas com resolução 4K e receberam o novo chip M1, de tecnologia ARM - é o mesmo processador presente nos MacBooks lançados no ano passado.
Custando a partir de US$ 1.300 e com quatro opções de cores, o iMac vem nas seguintes configurações: GPU de 7 núcleos, 8 GB de memória, SSD de 256 GB e duas entradas Thunderbolt - o pacote ainda inclui um Magic Keyboard simples. No Brasil, custarão a partir de R$ 17,6 mil. Nos modelos a partir de US$ 1.500, a opção de cores aumenta para sete e há a inclusão de três entradas USB. Além disso, GPU de oito núcleos, teclado com Touch ID e Gigabit Ethernet também estão inclusos no pacote mais caro. Vai custar no Brasil R$ 20,1 mil. Há ainda uma variante mais cara da versão mais completa, que tem SSD de 512 e preço de R$ 22,6 mil. Em nenhum deles, há entrada para cartões SD.
Fabricado pela própria Apple (que abandonou os processadores da Intel no ano passado, encerrando uma parceria de mais de uma década), o chip M1 permite maior integração entre iMacs, iPhones e iPads porque todos têm a mesma estrutura de processamento. A Apple afirma que isso permite que aplicativos do smartphone possam ser reproduzidos no computador e vice-versa.
Outra novidade é que ficou mais fácil regular a altura da tela, graças a um braço mecânico que sustenta o dispositivo.
Apostando em mais videoconferências, a Apple diz que as câmeras do novo iMac são mais precisas e capturam melhor a imagem em ambientes escuros - o acessório tem resolução de 1.080p. Outra mudança é o sistema de som, que, diz a fabricante, são mais potentes. O sistema conta com seis alto-falantes.
A Apple revelou três novos teclados para o iMac, com a autenticação biométrica Touch ID em um dos modelos — é a primeira vez que uma autenticação desse tipo chega para os desktops da marca, que só tinha implementado a novidade em MacBooks, iPhones e iPads. Os teclados, mouses e trackpads, vendidos separadamente, também ganharam versões com cores.
Apple TV
O aparelho Apple TV ganhou uma nova atualização para aparelhos 4K, turbinado com o chip A12 Bionic (o mesmo processador utilizado no iPhone 12) e a possibilidade de exibir conteúdo em HDR. Os preços começam a partir de US$ 180 para os aparelhos com 32 GB de capacidade de armazenamento e US$ 200 para 64 GB. No Brasil, será respectivamente R$ 2.400 e R$ 2.600.
Além disso, a Apple TV 4K ganhou um novo controle remoto, com mais botões físicos e menos botões sensíveis ao toque, acatando as reclamações dos usuários que achavam o controle remoto anterior bastante frágeis.
A Apple diz que a nova Apple TV conseguirá ajustar o brilho e cores da televisão de forma mais intuitiva e automatizada. Para isso, a câmera do iPhone deve ser apontada para o televisor e o sistema do smartphone fará uma comparação nas diferenças de imagem entre o que é apresentado e o que o software considera a melhor qualidade de imagem.
Para o seu streaming, a empresa revelou um trailer da segunda temporada da série de comédia Ted Lasso, exclusiva no Apple TV+ e com estreia programada para 23 de julho.
AirTag
O primeiro acessório apresentado foi o AirTags, um pequeno dispositovo por Bluetooth que pode ser conectado a molho de chaves e carteiras para que o dono encontre sua localização — similar aos concorrentes Tile e ao Galaxy SmartTag, da Samsung. Nos EUA, custará individualmente US$ 30 e haverá um pacote de US$ 100 com quatro AirTags. No Brasil, vão custar R$ 370 (venda unitária) e R$ 1.250 (pacote com quatro).
A Apple diz que a bateria dura até um ano e pode ser substituída.O acessório inclui ainda um acelerômetro e um alto-falante, que emitirá sons quando o usuário decidir procurar um item. A procura será ativada pelo aplicativo Buscar, o mesmo já usado atualmente para encontrar os eletrônicos da empresa.
O acessório terá o chip U1, que usa tecnologia Ultra Wideband e resposta háptica para ajudar na localização dos objetos. A comunicação entre AirTag e iPhone vai usar criptografia de ponta a ponta. As AirTags também não manterão em sua memória o histórico de localização, uma medida para preservar a privacidade dos usuários.
Roxinho
A Apple se empolgou nas cores e aproveitou também para mostrar uma nova opção para o iPhone 12: roxo. Em termos técnicos, nenhuma novidade foi apresentada para o smartphone, que tem evento de lançamento normalmente em setembro. A próxima geração, batizada informalmente de iPhone 13, deve ser revelada neste ano.