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James Webb: galáxia mais antiga já vista é capturada pelo telescópio

Confirmação da idade da CEERS-93316 dependerá de futuros estudos; telescópio tem batido recordes em visualizar as galáxias mais antigas

4 ago 2022 - 15h05
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Galáxia mais antiga teria sido registrada pelo Telescópio James Webb; mais testes devem comprovar descoberta
Galáxia mais antiga teria sido registrada pelo Telescópio James Webb; mais testes devem comprovar descoberta
Foto: Sophie Jewell/Clara Pollock

O telescópio James Webb, que tem impressionado os cientistas com suas imagens do espaço em qualidade muito maior que o comum, já foi responsável por descobrir a GLASS-z13, galáxia que existia apenas 400 milhões de anos depois do Big Bang. Agora, o JW quebrou seu próprio recorde: novas análises indicam o registro de uma outra galáxia mais antiga, surgida apenas 235 milhões de anos depois do Big Bang.

A nova galáxia foi apelidada de CEERS-93316 — sigla em inglês para Pesquisa Científica de Liberação Antecipada da Evolução Cósmica — e está a 35 bilhões de anos-luz da Terra. Apesar de todo o entusiasmo, o resultado é preliminar. Para a confirmação como galáxia mais antiga, ainda será necessário mais estudos.

Os pesquisadores da Universidade de Edimburgo, responsáveis pelo feito, já haviam identificado antes 55 galáxias primitivas, dentre as quais 44 nunca tinham sido vistas antes. A intenção era verificar a função de luminosidade das galáxias que se formaram depois do Big Bang, mas no processo, conseguiram observar a CEERS-93316.

Os registros recentes mostram o poder imenso da câmera de infravermelho próximo (NIRCam, em inglês) do James Webb, aparelho projetado para visualizar objetos muito “fracos” e distantes. Como esse equipamento é capaz de visualizar galáxias de até 100 bilhões de anos depois do Big Bang, é possível que o recorde continue a ser quebrado. 

Como é possível saber a idade das galáxias?

Para entender há quanto tempo existe uma galáxia, o que ajuda os astrônomos é a velocidade da luz. Sabendo que essa velocidade é finita, eles concluem que quanto mais ela viajou, mais para trás no tempo ela se originou. Os chamados “comprimentos de onda” de luz, nas galáxias mais antigas e distantes, são alongados por bilhões de anos viajando no espaço-tempo. É um processo conhecido como desvio vermelho, que as câmeras infravermelhas do James Webb conseguem identificar. 

No dia 26 de julho, os cientistas da Universidade de Edimburgo publicaram o primeiro artigo científico com dados sobre a nova galáxia. Ela apresentou um desvio vermelho de 16,7 nas leituras; quanto maior este índice, maior a distância que ela viajou no universo, portanto mais antiga e distante a fonte de luz. Estudos anteriores registraram desvios vermelhos de até 10 e só foram capazes disso combinando medições dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer, antecessores do James Webb.

Para confirmar que a galáxia é tão antiga quanto seu desvio vermelho sugere, os astrônomos terão que realizar o exame de espectrografia completo, que analisa a magnitude da luz por meio dos comprimentos de onda. Este aparelho usa minúsculos espelhos ajustáveis de 0,1 milímetros de comprimento e 0,2 milímetros de largura que só deixam entrar luz de galáxias que são alvo da pesquisa. O esforço revelará não só a idade da luz das galáxias, mas também sua composição química, tamanho e temperaturas.

Outras possíveis galáxias muito, muito distantes

Antes do James Webb operar, o GN-z11 era a galáxia mais antiga e mais distante conhecida no universo observável, com um desvio vermelho de 11,09, o que corresponde a uma distância de aproximadamente 32 bilhões de anos-luz. A descoberta de 2015 ocorreu com o Hubble.

Em abril, a galáxia HD1 também quebrou o recorde por ter sua luz identificada há 330 milhões de anos após o Big Bang, ou 13,8 bilhões de anos atrás. Foi localizado com imagens do Telescópio Vista, no Chile.

Histórico do James Webb até agora

O JW foi lançado da Guiana Francesa no topo de um foguete espacial chamado Ariane 5, no Natal de 2021. A sensibilidade do equipamento para luzes infravermelhas alertou para que ele fosse isolado em relação a sinais de calor da Terra. Por isso, agora o telescópio repousa em um local gravitacional estável além da órbita da Lua. 

O telescópio, que gerou imagens e pesquisas da Nasa nos seis meses seguintes, teve seu progresso interrompido depois que foi atingido por um micrometeorito, entre 23 e 25 de maio. A colisão deixou danos “incorrigíveis” em uma pequena parte do telescópio, mas de acordo com a Nasa, isso não parece ter afetado seu desempenho.

Galáxia de Cartwheel, uma das últimas descobertas registradas pelo telescópio espacial James Webb
Galáxia de Cartwheel, uma das últimas descobertas registradas pelo telescópio espacial James Webb
Foto: NASA, ESA, CSA, STScI

Além das galáxias mencionadas, o JW documentou também a galáxia Cartwheel, a cerca de 500 milhões de anos-luz da Terra, que é estudada há décadas pelos astrônomos. A aparência de Cartwheel vem de uma colisão entre duas galáxias que ocorreu centenas de milhões de anos atrás, e é de um anel giratório. Outras duas galáxias menores também podem ser vistas ao lado dela. 

O James Webb também foi capaz de detectar regiões ricas em hidrocarbonetos e outros produtos químicos, além de poeira semelhante à poeira na Terra.

Fonte: Redação Byte
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