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Jejum pode ajudar organismo a combater câncer

Estudo com roedores mostra que o jejum de 24 horas duas vezes por semana pode aumentar a capacidade das células NK (Natural Killer) no combate ao câncer

18 jun 2024 - 22h36
(atualizado em 19/6/2024 às 01h39)
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Um jejum de 24 horas feito duas vezes por semana pode ajudar determinadas células do corpo a combater o câncer de forma mais eficiente. É o que consta na descoberta do mais novo artigo científico da revista Immunity, publicado no último dia 14. 

Foto: mdjaff/freepik / Canaltech

Você já ouviu falar das células exterminadoras naturais? No inglês, elas são chamadas de NK (Natural Killer Cells). Elas desempenham um papel crucial na defesa do organismo contra infecções virais e células tumorais, e os pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK) perceberam que o jejum melhora sua capacidade de combate.

O que acontece, conforme explicam os autores em comunicado, é que os tumores absorvem nutrientes essenciais, criando um ambiente hostil, muitas vezes rico em lipídios que são prejudiciais para a maioria das células do sistema imunológico.

No novo estudo, foi possível perceber que o jejum reprograma essas células para sobreviver melhor nesse cenário.

Jejum fortalece as células

Para o estudo, os pesquisadores mantiveram ratos com câncer em jejum durante 24 horas, duas vezes por semana. Fora desse tempo, eles poderiam comer livremente entre os jejuns.

Com o jejum, os níveis de glicose dos ratos caíram e os ácidos graxos livres (que podem ser usados como fonte alternativa de energia quando outros nutrientes estão baixos) aumentaram. Como resultado, as células NK no baço dos ratos foram "reprogramadas".

"Durante cada um desses ciclos de jejum, as células NK aprenderam a usar esses ácidos graxos como fonte alternativa de energia. Isso realmente otimiza a resposta anticancerígena", explica a principal autora do estudo, Rebecca Delconte.

Jejum pode ajudar o corpo a combater o câncer (Imagem: Wikimedia Commons/Domínio Público)
Jejum pode ajudar o corpo a combater o câncer (Imagem: Wikimedia Commons/Domínio Público)
Foto: Canaltech

Além de fornecer uma fonte alternativa de energia, o jejum também fez com que as células NK se deslocassem para a medula óssea onde foram expostas a níveis elevados de uma proteína sinalizadora chamada Interleucina 12.

"Descobrimos que as células NK são pré-preparadas para produzir mais citocinas dentro do tumor. E com a reprogramação, são mais capazes de sobreviver no ambiente tumoral e se especializarem para ter propriedades anticancerígenas melhoradas", diz o comunicado.

O que a descoberta acrescenta à ciência?

Agora os pesquisadores querem começar a estudar a segurança e a eficácia do jejum em combinação com os tratamentos existentes.

Os planos para o futuro também envolvem identificar medicamentos que possam atingir esses mecanismos sem exigir que os pacientes façam jejum.

Uma das alternativas que os autores querem verificar é se as células NK podem ser colocadas em jejum fora do corpo e depois administradas para melhorar os efeitos do tratamento como forma de combater o câncer.

Fonte: Immunity, Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK)

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