Jovens adultos dizem que tecnologia pode desumanizar, revela pesquisa
A chamada "geração do milênio" é composta por jovens adultos afeitos à tecnologia, que já cresceram com smartphones e iPads, mas muitos deles acham que a tecnologia pode desumanizar as pessoas, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira.
O levantamento, encomendado pela fabricante de chips de computador Intel, ouviu 12 mil pessoas maiores de 18 anos em oito países. A pesquisa também mostrou que os jovens de 18 a 24 anos querem que a tecnologia seja mais pessoal e conheça seus hábitos.
As mulheres mais velhas e habitantes de países emergentes são os mais entusiasmados sobre o papel da tecnologia em suas vidas.
A antropóloga Genevieve Bell, diretora de pesquisas da Intel Labs, disse que, embora os resultados da pesquisa sugiram uma rejeição da tecnologia pelos jovens, as conclusões podem ser mais complicadas.
"Uma forma diferente de ler isso poderia ser que a geração do milênio quer que a tecnologia faça mais por eles", disse ela em nota.
Quase 90% dos jovens ouvidos na pesquisa admitem que as inovações tecnológicas tornam a vida mais fácil, mas cerca de 60% consideram que as pessoas dependem demais da tecnologia, e que ela pode ser desumanizadora.
Para 70 %, a tecnologia melhora as relações pessoais, e cerca de metade vê um impacto positivo na educação, nos transportes e na saúde.
As mulheres com mais de 45 anos e habitantes de países emergentes, como Brasil e Índia, são mais entusiasmados com o impacto da tecnologia sobre suas vidas. Na China, mais de 70 % das mulheres dizem que a tecnologia não é tão usada quanto deveria ser.
"As mulheres historicamente se tornam ávidas usuárias da tecnologia quando a tecnologia resolve um problema, nos ajuda a organizar nossa vida e a das nossas famílias, além de nos ajudar a poupar tempo e ajustar nossos horários", disse Bell.
O estudo mostrou que os italianos e japoneses têm a visão mais negativa sobre a tecnologia.
A pesquisa foi feita entre 28 de julho e 15 de agosto, no Brasil, China, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão e EUA. A margem de erro é de 0,89%.