Jovens se envolvem cada vez mais em crimes cibernéticos, diz estudo
Pesquisa com 8.000 jovens europeus mostrou que comportamentos arriscados e até mesmo crimes online são rotina
Um estudo conduzido pela União Europeia revelou que comportamentos arriscados na internet podem se tornar normais na vida de jovens de todo o continente. A pesquisa mapeou tanto situações ligadas à criminalidade, como a pirataria ou assédio, quanto atitudes que podem colocar os adolescentes em risco, como o consumo e divulgação de material pornográfico.
Os pessquisadores analisaram o comportamento de 8.000 jovens de 16 a 19 anos no Reino Unido, França, Espanha, Itália, Alemanha, Holanda, Suécia, Noruega e Romênia. De acordo com o levantamento, 44% dos jovens já haviam assistido pornografia online e 34% já haviam se envolvido com pirataria digital.
A prática de “tracking”, similar à perseguição a alguma pessoa, foi citada por 27% dos jovens. A “trollagem”, que envolve a postagem de comentários inflamatórios que têm como objetivo atingir alguém em específico, foi praticada pelo mesmo percentual.
Julia Davidson, uma das autoras do estudo e professora de criminologia da Universidade do Leste de Londres, diz que a maior preocupação é o nível de normalidade em que comportamentos de risco e até mesmo crimes de baixo escalão têm sido cometidos pelos adolescentes e jovens adultos.
“A pesquisa indica que uma grande proporção de jovens na UE está envolvida em alguma forma de crime cibernético, assim a prática de crimes de baixo nível e a tomada de comportamentos de risco online tornaram-se quase normalizados”, disse
Cerca de 22% dos jovens afirmaram já ter se envolvido em incitação à violência, 18% disseram já ter participado de mercados ilegais relacionados a jogos online, 15% já se envolveram com spam, 12% participaram de lavagem de dinheiro e 11% já praticaram discurso de ódio.
Os resultados mostraram ainda que homens apresentam uma maior participação em comportamentos criminosos e arriscados do que mulheres. No estudo, cerca de 75% dos participantes do gênero masculino afirmaram já ter tido algum comportamento de risco online, em comparação a 65% das mulheres.
O país com a maior proporção do comportamento analisado foi a Espanha, com 75%, seguida pela Romênia, Holanda e Alemanha, com cerca de 72%. O Reino Unido ficou em último lugar, com 58%.