Junho Verde | Ações humanas estão deixando o planeta cada vez mais em risco
Sete de oito limites do planeta para uma existência humana segura foram ultrapassados, indica estudo publicado na revista Nature
O mês de junho — escolhido como um período de conscientização ambiental no Brasil — já se inicia com um alerta: sete de oito condições exigidas para o bem-estar da humanidade tiveram seus limites ultrapassados, aponta artigo publicado na última semana na revista Nature. A publicação, fruto de uma pesquisa que envolveu mais de 50 cientistas, indica ainda que o culpado desse cenário é o próprio ser humano.
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Em 2009, um estudo publicado no mesmo periódico científico recebeu holofotes ao indicar que a Terra havia ultrapassado três limites entre nove referentes a seu funcionamento. Lá atrás, as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a interferência no ciclo do fósforo e nitrogênio já eram considerados excessivos. Os outros cinco fatores — carga de aerossóis atmosféricos, poluição química, acidificação dos oceanos, perda de ozônio estratosférico, mudanças no uso do solo e o uso de água doce — ainda não estavam em condições seguras ou não haviam sido propriamente quantificados.
14 anos mais tarde, estes nove limites foram rearranjados em oito por um novo estudo, que também revelou que apenas um ainda não foi superado, o referente à poluição atmosférica. Ainda assim, estima-se que ela já causa mais de 4 milhões de mortes anualmente e menos de 1% da superfície terrestre esteja livre dela.
Uma das responsáveis pelo estudo, a pesquisadora em políticas climáticas Joyeeta Gupta, afirma que, se o planeta tivesse passado por seus exames de rotina, "o médico diria que a Terra está realmente muito doente neste momento, e em termos de muitas áreas diferentes. Essas doenças também estão afetando as pessoas que vivem nela."
Uma questão de justiça
Além de trabalhar com os limites de segurança em cada um dos fatores ambientais, pela primeira vez, a pesquisa incorporou o conceito de justiça em cada uma das condições analisadas. Mesmo que o planeta, na média, esteja melhor em algum fator, certas regiões podem estar prejudicadas em relação a ele — a disponibilidade de água ou de alimentos, por exemplo. Tendo isso em vista, o estudo estabeleceu um novo parâmetro para medir se, em cada local do globo, há condições de uma vida humana digna.
Em coletiva de imprensa online, Joyeeta comentou que "a justiça é uma necessidade para a humanidade viver dentro dos limites planetários. Essa é uma conclusão vista em toda a comunidade científica em várias avaliações ambientais de peso. Não é uma escolha política."
Os cientistas dizem, porém, que o diagnóstico do estudo não é terminal. É possível que o planeta se recupere, mas o cenário exige ações urgentes a nível global. Entre as medidas a serem tomadas, estão mudanças na forma com que a humanidade usa a água e o solo, além de cortes no uso de petróleo e carvão.
Fonte: Nature via: AP News, Correio Braziliense
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