Júpiter terá menor distância da Terra em 60 anos; veja como observar
Planeta também fará oposição à Terra na próxima segunda-feira (26); para acompanhar, será preciso binóculos ou telescópio
O planeta Júpiter, maior do Sistema Solar, estará e na sua menor distância da Terra nos últimos 60 anos. O fenômeno, conhecido como perigeu, poderá ser visto do Brasil; sua magnitude será às 16h25 desta segunda-feira (26) no horário de Brasília, mas devido à luz da tarde, será melhor observa-lo aqui horas depois, à noite.
Júpiter também ficará em oposição com a Terra, ou seja, ficará em linha reta com nosso planeta e o Sol. Em uma ponta desta linha ficará Júpiter, depois a Terra, e no outro oposto, o Sol. Quando isso ocorre, o corpo celeste fica mais brilhante, pois estará mais exposto à luz solar.
A oposição de Júpiter não é algo raro: acontece a cada 13 meses, deixando o planeta parecer maior e mais brilhante. A diferença, dessa vez, é que além da oposição, o planeta estará na sua menor distância da Terra nos últimos 59 anos — a última ocasião foi em 1963. A menor distância de Júpiter à Terra raramente coincide com a oposição, o que torna as visões deste ano mais especiais.
A explicação para isso é que a Terra e Júpiter não orbitam o Sol em círculos perfeitos e passam um pelo outro com distâncias diferentes ao longo do ano. Dessa vez, o planeta estará a 590 milhões de quilômetros de distância da Terra. No ponto mais distante, o intervalo é de cerca de 960 milhões de quilômetros.
O acontecimento dá continuidade aos eventos astronômicos de setembro, que já contou com o fenômeno de oposição de Netuno no dia 16.
Como observar Júpiter?
Aos interessados em acompanhar o fenômeno, o técnico de pesquisa e doutor em astrofísica do Instituto Nacional de Astrofísica, Óptica e Eletrônica (INAOE), Agustín Márquez Limón, disse à "National Geographic" que o ideal é usar binóculos ou um pequeno telescópio. Assim, também pode-se ver as quatro luas galileanas de Júpiter: Io, Europa, Ganímedes e Calisto.
O astrofísico pesquisador do Marshall Space Flight Center da Nasa, Adam Kobelski, alertou que a recomendação é de um telescópio maior, de quatro polegadas (10,16 cm) ou mais para visualizar a Grande Mancha Vermelha e as bandas de Júpiter com mais detalhes.
Ainda de acordo com ele, o local ideal para a observação é de altitude mais elevada e uma área sem muita luminosidade artificial, com clima mais seco. Fora a Lua, Júpiter é provavelmente um dos corpos celestes mais brilhantes do céu, o que fará que a melhor visualização dure alguns dias antes e depois do dia 26.
Embora Júpiter tenha 53 luas nomeadas, os cientistas acreditam que 79 foram detectadas. As quatro maiores luas ou “satélites galileanos” do planeta foram assim nomeadas em referência a Galileu Galilei, que as observou pela primeira vez em 1610.
A espaçonave Juno, da Nasa, orbita Júpiter há seis anos na tentativa de estudar melhor o planeta. Ela partiu da Terra em 2011, chegou ao seu destino cinco anos depois e desde 2016 fornece imagens e dados sobre a atmosfera do planeta.
O próximo grande projeto para a exploração de Júpiter é a missão Europa Clipper. Ela pretende analisar sua icônica lua Europa, descrita como uma das candidatas a apresentarem condições favoráveis à vida.