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Kepler-452b, o planeta "primo da Terra" descoberto em 2015, pode não existir

11 mai 2018 - 19h07
(atualizado em 14/5/2018 às 10h47)
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Em julho de 2015 a NASA confirmou a existência do Kepler-452b, um planeta fora do nosso Sistema Solar que apresenta condições bastante semelhantes às que permitem que vivamos na Terra, incluindo uma órbita de 385 dias em torno de sua estrela principal. Entretanto, agora, alguns astrônomos estão se questionando se é possível sequer confirmar a existência desse planeta que ficou conhecido como "um primo distante" da nossa Terra.

Kepler
Kepler
Foto: Canaltech

"Há novas informações que agora podemos quantificar, o que nos diz algo que não sabíamos antes", diz Fergal Mullally, que costumava ser um astrônomo na equipe científica do Telescópio Espacial Kepler da NASA. Não que a ciência que se fez em 2015 tenha sido descuidada, mas, com o avanço dos estudos, foi possível aprender mais sobre as imperfeições do telescópio. "Eu meio que odeio dizer isso porque o Kepler era um instrumento absolutamente maravilhoso", lamentou Mullally. "Foi excelente na qualidade dos dados que pôde detectar. Mas nada é perfeito".

Em 2015, os cientistas já tinham uma lista de eventos que poderiam levar a um alarme falso indicando um exoplaneta, como o brilho causado por duas estrelas se aproximando. Entretanto, com o passar dos anos, os cientistas perceberam que outros eventos, como a variação natural do brilho de estrelas ou mesmo raios cósmicos incidindo nas lentes do telescópio, poderiam imitar acidentalmente todo o padrão que indica um planeta em órbita.

Com essa percepção, Mullally e seus colegas resolveram observar mais cuidadosamente o Kepler-452b. "Nós dissemos às pessoas que há um planeta lá", observou ele. "O quanto estamos confiantes de que há um planeta lá agora que estamos cientes dessa outra fonte de ruído?", questiona.

Não muito confiantes, aparentemente. Sobre as probabilidades de esse planeta realmente existir, Mullally disse: "Eu diria que é mais de 50% e menos de 90%. Esse é o meu pressentimento". De acordo com Chris Burke, cientista do MIT que também integra a pesquisa, é necessário mais de 99% de certeza comprovada para confirmar a existência de um planeta. "Você meio que não quer ser a pessoa para dar más notícias, mas às vezes a má notícia é a verdade", disse.

Um porta-voz da NASA declarou que "é um exemplo do método científico em ação e da maneira como a ciência é um processo em evolução, à medida que novas informações nos desafiam a revisar nosso pensamento e a sintonizar nossas hipóteses".

As dúvidas ainda podem ser esclarecidas com o exame do Kepler-452b pelo telescópio espacial Hubble. Entretanto, não há razões para a humanidade ficar triste caso seja confirmado que o planeta-primo da Terra não existe. Uma infinidade de outros exoplanetas está lá fora, prontos para serem descobertos.

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